Império Bizantino

O Império Bizantino foi um dos Estados mais importantes da Idade Média. Ele se formou após a divisão do Império Romano e durou quase mil anos. Sua capital era Constantinopla.
Justiniano e autoridades religiosas do Império Bizantino representados em mosaico.
O Império Bizantino rompeu com a Igreja Católica Romana, dando origem à Igreja Ortodoxa.
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O Império Bizantino foi um dos Estados mais poderosos e importantes do mar Mediterrâneo ao longo da Idade Média. Oriundo do antigo Império Romano do Oriente, consolidou-se após a queda do Império Romano do Ocidente. Enquanto o Ocidente se desintegrava com as invasões bárbaras, a parte oriental conseguiu se manter por mais mil anos.

O Império Bizantino representou a síntese entre a cultura greco-romana e o mundo oriental. A invasão que o império sofreu no século XV, pelo Império Turco-Otomano, marcou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.

Leia também: Entenda a crise que levou ao fim do Império Romano

Resumo sobre o Império Bizantino

  • O Império Bizantino teve sua origem no antigo Império Romano do Oriente.
  • Sua sociedade era constituída por povos diversos, com variados costumes e línguas; o Estado era teocrático e a religiosidade estava presente no cotidiano da população; a sociedade era estratificada.
  • Ele representou a síntese entre a cultura greco-romana e o mundo oriental.
  • Durante o governo de Justiniano, foi criado um Estado autocrático que controlava a Igreja colocando o imperador como chefe religioso e de Estado, o que deu origem à expressão cesaropapismo.
  • Em razão das discordâncias envolvendo os poderes dos imperadores bizantinos e a Igreja Católica, em 1054, ocorreu o Cisma do Oriente.
  • A separação entre a Igreja Romana e a Igreja Bizantina deu origem à Igreja Ortodoxa, que futuramente influenciaria fortemente a Europa Oriental.
  • O primeiro encontro entre os representantes da Igreja Católica Romana e da Igreja Ortodoxa, desde a sua separação, em 1054, só ocorreu em 2016.
  • O Império Bizantino durou aproximadamente mil anos, tendo o seu fim marcado com a invasão de Constantinopla pelo povo turco-otomano, em 1453 d.C.
  • A tomada de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano, em 1453, marcou o final da Idade Média e o início da Idade Moderna.

Videoaula sobre Império Bizantino

O que foi o Império Bizantino?

Conhecido como um dos Estados mais poderosos e importantes do mar Mediterrâneo ao longo da Idade Média, o Império Bizantino, oriundo do antigo Império Romano do Oriente, consolidou-se após a queda do Império Romano do Ocidente.

Tendo um período de esplendor durante o governo do imperador Justiniano (527-565), o Império Bizantino durou aproximadamente mil anos, tendo o seu fim marcado com a invasão da sua capital, a cidade de Constantinopla, pelo povo turco-otomano, em 1453 d.C. Esse acontecimento foi tão importante que marcou o fim da Idade Média e início da Idade Moderna.

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Qual a origem do Império Bizantino?

Em 395, o imperador Teodósio dividiu o Império Romano, dando origem ao Império Romano do Ocidente e ao Império Romano do Oriente. Após a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., o Império do Oriente, que tinha como capital a cidade de Constantinopla, deu origem ao Império Bizantino.

No passado, a cidade de Constantinopla tinha o nome de Bizâncio, por essa razão, o Império Romano do Oriente ficou conhecido como Império Bizantino. Enquanto o Ocidente se desintegrava com as invasões bárbaras, a parte oriental conseguiu se manter por mais mil anos.

Veja também: Império Carolíngio — uma extensão do reino dos Francos

Governo de Justiniano no Império Bizantino

Justiniano tornou-se imperador por meio de um golpe militar dado em 519. A sua esposa, imperatriz Teodora, exerceu grande influência no seu governo. Durante o seu governo, uma série de medidas foram adotadas na tentativa de restabelecer a unidade política e territorial do antigo Império Romano, além de construir uma unidade religiosa no império.

Entre essas medidas, Justiniano criou o Corpus Juris Civilis, baseado nas leis romanas, que acabou influenciando os sistemas legislativos modernos. Além disso, promoveu diversas campanhas militares, buscando reconquistar o Ocidente. Os gastos realizados durante o seu governo culminaram na insatisfação popular e na realização de revoltas populares. Entre elas a mais famosa foi a Revolta de Nika, em 532, no hipódromo de Constantinopla.

Moeda de ouro produzida entre 545 d.C. e 565 d.C., quando Justiniano governava o Império Bizantino.
Moeda de ouro produzida entre 545 d.C. e 565 d.C., quando Justiniano governava o Império Bizantino.

Características do Império Bizantino

O Império Bizantino tinha a sociedade estratificada e constituída por povos diversos e com variados costumes e línguas, o Estado era teocrático. Representou a síntese entre a cultura greco-romana e o mundo oriental e pode ser considerado como um dos mais importantes impérios da Idade Média, devido ao seu poder econômico, político e cultural.

→ Religião no Império Bizantino

Inicialmente o Império Bizantino adotava o cristianismo católico, sediado em Roma. Entretanto, em razão das discordâncias envolvendo os poderes dos imperadores bizantinos, como Leão III, e a Igreja Católica, em 1054 ocorreu o Cisma do Oriente.

O imperador bizantino defendia o combate à adoração de imagens, adotando uma postura iconoclasta, enquanto a Igreja aceitava o uso de símbolos e imagens sagradas. Esse contexto de disputas políticas e discórdias religiosas causou o rompimento entre a Igreja Católica e o Império Bizantino.

A separação entre a Igreja Romana e a Igreja Bizantina deu origem à Igreja Ortodoxa, que futuramente influenciaria fortemente a Europa Oriental. Enquanto a Igreja Romana tem como líder o papa e realiza missas em latim, na Igreja Ortodoxa, o líder é o patriarca de Constantinopla e a celebração das missas é em grego. Essa divisão ainda existe até hoje.

Em 2016, ocorreu o primeiro encontro entre os dois representantes das instituições desde a sua separação, em 1054. O momento histórico foi realizado em Havana (Cuba), entre o papa Francisco, da Igreja Católica Romana, e o patriarca Kirill, da Igreja Ortodoxa Russa.

→ Cultura bizantina

Ao longo de sua existência, a cultura bizantina foi sofrendo forte influência oriental, chegando a substituir o latim pelo grego como idioma oficial. Considerava-se bizantino aquele que falasse grego e que fosse ortodoxo. A religiosidade estava presente no cotidiano da população, uma vez que o Império Bizantino era um Estado teocrático.

Na arte, os bizantinos se destacaram pela construção de edifícios com cúpulas, uso de colunas e arcos, tais como a Igreja de Santa Sofia, localizada atualmente em Istambul, na Turquia. Além disso, a arte bizantina caracterizava-se pela confluência dos estilos grego, helenístico, romano e oriental.

Interior da Igreja de Santa Sofia, em Istambul, construída pelo Império Bizantino.
Interior da Igreja de Santa Sofia, em Istambul.[1]

Nos mosaicos, as figuras quase sempre eram representadas de frente, com o intuito de transmitir a ideia de respeito. Havia o sombreamento das figuras para destacá-las, e praticamente não havia nenhuma tentativa de realismo na pintura, as estruturas se apresentavam planas e unidimensionais.

Além disso, a arte estava ligada à propaganda imperial, à política, representando os governantes como se fossem sagrados. Saiba mais sobre esse tópico clicando aqui.

→ Economia do Império Bizantino

O domínio exercido nas rotas comerciais do Mediterrâneo associado à localização geográfica entre a Europa e a Asia, na passagem do mar Egeu para o mar Negro, possibilitaram ao Império Bizantino um forte crescimento comercial, tanto marítimo quanto por meio de rotas terrestres.

Os bizantinos comercializavam principalmente tecidos, especiarias, joias, seda, mel, vinho e escravizados. Além disso, praticavam a agricultura.

→ Governo do Império Bizantino

No Império Bizantino, o governo era centralizado e apresentava-se como uma monarquia teocrática. Durante o governo de Justiniano, foi criado um Estado autocrático que controlava a Igreja colocando o imperador como chefe religioso e de Estado, o que deu origem à expressão cesaropapismo.

→ Sociedade bizantina

Na sociedade bizantina, o imperador se apresentava como autoridade política e religiosa. Além disso, ela se dividia em aristocracia, clero, mercadores, banqueiros, industriais, trabalhadores urbanos, servos e escravizados. A sociedade era constituída por povos diversos e com variados costumes e línguas. Considerava-se bizantino aquele que falasse grego e que fosse ortodoxo.

Saiba mais: Burguesia — como surgiu e qual a sua relação com o fim da Idade Média

Queda de Constantinopla e o fim do Império Bizantino

Ilustração da queda de Constantinopla, que marcou o fim do Império Bizantino.
O Império Bizantino terminou quando sua capital, Constantinopla, foi tomada.[2]

O Império Bizantino tinha como capital a cidade de Constantinopla, que, no passado, se chamava Bizâncio. Constantinopla era vista como a porta do Oriente, devido a sua localização geográfica estratégica, pois estava entre a Europa e a Asia, na passagem do mar Egeu para o mar Negro. Essa posição era disputada por outros povos que tinham grande interesse na região.

Além disso, a baixa arrecadação de impostos e a diminuição dos investimentos no exército imperial — em função de crises internas associadas à presença de diversos conflitos fronteiriços, inclusive com reinos cristãos — foram enfraquecendo a proteção territorial do império.

Nesse sentido, no século XV, o Império Bizantino foi invadido pelo Império Turco-Otomano, e, em 1453, a capital Constantinopla, hoje atual Istambul, capital da Turquia, foi dominada. Esse momento histórico marcou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. Para saber mais sobre esse tópico, clique aqui.

Exercícios resolvidos sobre o Império Bizantino

1. (Uece 2023) No ano de 395, o imperador Teodósio decidiu pela divisão política dos territórios sob seu governo. O Império Romano do Ocidente tinha capital em Milão (posteriormente transferida para Roma), e o Império Romano do Oriente tinha capital em Constantinopla. O Império Romano do Ocidente cairia sob as invasões bárbaras do século V, e o Império Romano do Oriente sobreviveria como o Império Bizantino. Sobre o Império Bizantino assinale a alternativa correta.

a) A sociedade bizantina era predominantemente rural, e sua economia era centrada na produção em grandes latifúndios trabalhados por camponeses.   

b) A dignidade espiritual do imperador bizantino não era de modo algum inferior à sua força temporal. Era o vigário de Deus, com uma autoridade religiosa equiparada à dos apóstolos.   

c) Entre os movimentos religiosos do Império Bizantino, destaca-se o monofisita, que proibia o uso de imagens nos templos.   

d) Na sociedade bizantina, o Estado exercia pouco controle da economia, que ficava a cargo de múltiplos agentes econômicos: comerciantes, produtores agrícolas e artesãos.  

Resposta: B

Comentário: O Império Bizantino tinha uma forte centralização política marcada pelo cesaropapismo, caracterizado pela autoridade religiosa e política do imperador.

2. (Ufam-psc 1 2022) No Império Bizantino predominava o grande interesse por questões religiosas, e a Igreja funcionava em estreita ligação com o poder imperial. No entanto, uma série de conflitos teológicos e políticos entre os partidários dos imperadores bizantinos e o comando cristão papal, sediado em Roma, levaram à divisão do mundo cristão em duas igrejas, a Igreja Católica do Oriente e a Igreja Católica do Ocidente. É CORRETO afirmar que tais conflitos culminaram no(a):

a) Grande Cisma do Oriente, em 1054.   

b) teocentrismo cultural.   

c) Batalha de Hastings, em 1066.   

d) Guerra dos Cem Anos, iniciada em 1337.   

e) Revolução de Avis, 1383-1385.  

Resposta: A

Comentário: O Império Bizantino construiu uma identidade marcada pela ligação entre os poderes imperial e religioso. Entretanto, uma série de conflitos entre os imperadores bizantinos e a Igreja Católica, sediada em Roma, levaram ao Cisma do Oriente, que culminou na divisão da religiosidade cristã em duas igrejas, em 1054.

Créditos das imagens

[1]hakanyalicn/ Shutterstock

[2]Lestertair/ Shutterstock

Fontes

ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. 4 ed. São Paulo: Ática, 1996.

CAMPOS, Flávio de; CLARO, Regina; DOLHNIKOFF, Miriam. História, Escola e Cidadania. 1ª Ed. São Paulo: Moderna, 2018.

DE PAULA, Eurípedes Simões. Alguns aspectos da economia medieval do Ocidente. Revista de História, v. 29, n. 60, p. 275-290, 1964.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José; DORIGO, GIANPAOLO. História. Volume único. São Paulo: Scipione, 2014.  

Por Vanessa Clemente Cardoso
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