Concílio de Niceia
Concílio de Niceia foram duas reuniões que definiram a doutrina católica. A primeira, de 325 d.C., rejeitou o arianismo; a segunda, em 787 d.C., pôs fim na iconoclastia.
Por Cassio Remus de Paula

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Concílio de Niceia é o nome dado a duas reuniões realizadas por líderes da Igreja e do Estado para estipular regras e convenções universais da instituição católica e da fé cristã. Apesar do nome em singular, o concílio ocorreu em dois momentos distintos: o primeiro em 325 d.C. e o segundo em 787 d.C.
O primeiro, convocado pelo imperador romano Constantino I, teve como objetivo consolidar uma unidade para a fé cristã, que havia se tornado dividida após a disseminação do arianismo. O segundo, ocorrido por exigência da imperatriz bizantina Irene de Atenas, colocava fim no movimento iconoclasta fortalecido pelo imperador Leão III, que objetivava destruir as imagens santas veneradas em templos católicos.
Leia também: Reforma Protestante — outro evento que dividiu a história da fé cristã e do catolicismo
Resumo sobre Concílio de Niceia
- O Concílio de Niceia foi uma sequência de encontros ocorrida entre as figuras mais importantes da Igreja Católica, em dois momentos: a primeira em 325 d.C. e a segunda em 787 d.C.
- O primeiro concílio ocorreu por intermédio do imperador Constantino, que havia decretado o fim das perseguições aos cristãos e havia enxergado na religião católica uma ferramenta sociopolítica.
- O principal assunto de debate do primeiro concílio foi a compreensão de Jesus enquanto deidade, rejeitada pela ala arianista dos bispos presentes.
- Após o concílio, foi estipulado que o arianismo, que rejeitava Jesus como a representação de Deus na Terra, tratava-se de um conceito herético, o que resultou na excomunhão dos bispos a favor da teoria.
- O segundo concílio foi requisitado pela imperatriz Irene de Atenas, que desejava combater os atos iconoclastas disseminados pelo Império Bizantino naquele mesmo século.
- A intervenção de Irene resultou também em uma reestruturação da hierarquia católica, que deu maior poderes ao patriarca no Oriente.
- Apesar de serem convocados por motivos distintos, os dois concílios foram essenciais para determinar os rituais, práticas e doutrinas da fé católica de maneira quase homogênea pelo mundo.
O que foi o Concílio de Niceia?
O Concílio de Niceia foi uma série de reuniões realizadas pelas principais autoridades do Estado e do clero para estipular regras e convenções universais da instituição católica e a fé cristã.
Entretanto, é essencial apontar que houve dois concílios realizados pela Igreja Católica, espaçados por centenas de anos:
- O primeiro ocorreu em 325 d.C., por intermédio do imperador Constantino I, poucos anos após o decreto de liberdade de culto aos cristãos (em 313 d.C.).
- O segundo, em 787 d.C., foi convocado por Irene, imperatriz do Império Bizantino. Ambos ocorreram na cidade de Niceia, Turquia (atual Iznik).
Contexto histórico dos Concílios de Niceia
→ Contexto do Primeiro Concílio de Niceia (325 d.C.)
Até o século IV d.C., os cristãos eram perseguidos pelo Estado romano: prisões, assassinatos e a exclusão social dos que praticavam a fé baseada nos ensinamentos de Cristo eram comuns no contexto dos últimos séculos de existência do Império Romano. A principal razão era o perigo que aquela religião representava para as estruturas sociopolíticas, dado o seu cunho subversivo contra a autoridade do imperador e a crença politeísta da cultura romana.
Os cristãos, que rejeitavam os cultos ao Estado e à fé tradicional politeísta, passaram a ser vistos como insubordinados e, consequentemente, perigosos para aquela sociedade. O ápice das perseguições ocorreu no século III, em uma tentativa de evitar a, cada vez mais, evidente queda do império; mas, apesar das execuções massivas dos adoradores de Cristo, suas crenças já haviam se enraizado e se institucionalizado como religião.
Com a ascensão do imperador Constantino, houve também uma profunda alteração na estrutura religiosa cristã, ao passo que, no ano de 313 d.C., o líder promulgou a liberdade de crença aos seguidores do cristianismo. O próprio imperador se converteu à religião e transferiu a capital do império para Bizâncio, a qual o imperador renomeou Nova Roma, uma cidade grega localizada às margens do Estreito de Bósforo, na atual Turquia.
Além dos motivos estratégicos, econômicos e políticos, a transferência de capital significou também um distanciamento de Roma, que, para Constantino, estava tomada pelas tradições pagãs e anticristãs. Logo após a sua morte, em 337, a cidade foi novamente renomeada, dessa vez Constantinopla, em homenagem ao imperador.
Constantino, agora autoproclamado bispo, havia se interessado profundamente nos assuntos da Igreja. Entretanto, percebeu que a fé cristã não havia sido ainda organizada. Diferentes doutrinas baseadas no cristianismo se manifestaram pelo mundo Antigo, o que significava, para Constantino, uma dificuldade na aproximação entre religião e Estado. Somava-se a essa preocupação a questão do arianismo, uma perspectiva católica que questionava a divindade de Jesus Cristo.

Com isso, no ano de 325, o imperador decidiu convocar as maiores autoridades religiosas do cristianismo no que ficou conhecido como o primeiro concílio ecumênico (entre todos os bispos cristãos) da história, realizado na cidade de Niceia, atual Iznik, na Turquia. Por isso, a reunião ficou conhecida como Primeiro Concílio de Niceia.
→ Contexto do Segundo Concílio de Niceia (787 d.C.)
O contexto histórico do segundo concílio ocorrido em Niceia — e sétimo ecumênico — é bastante diferente daquele primeiro realizado no século IV. Dessa vez, a imperatriz bizantina Irene de Atenas convocou o concílio em nome de seu filho Constantino VI devido às práticas iconoclastas (ou seja, relacionadas à destruição de imagens) oriundas do decreto do imperador também bizantino Leão III, que, no ano de 726, havia proibido a adoração sobre imagens santas.
Desde o ano de 380, o catolicismo havia sido adotado como religião oficial do Império Romano, décadas após a morte de Constantino I, em 337. Paralelamente, todo tipo de crença pagã (voltada ao culto de deuses antigos) havia sido proibida, já que manifestava abertamente contrariedade à estrutura sociopolítica fundamentada pelo Estado romano.
No século V, o Império Romano chegou a seu término, causado por diversos motivos, como a fome, que resultou diretamente na falta de mão de obra escrava, e as invasões germânicas, figuradas em constantes conflitos com povos estrangeiros às margens das fronteiras imperiais. Com a queda do império, chegava-se ao fim da Antiguidade e à ascensão da Idade Média, apesar de o cristianismo não ter sido impactado pela reconfiguração político-histórica. Na verdade, devido ao forte hibridismo cultural da região, muitos germânicos aderiram ao catolicismo. A fé cristã mostrava-se fortemente enraizada nas tradições dos povos que compunham o vasto Império Romano.
Entretanto, o último imperador de Roma, Teodósio I, não havia simplesmente aceitado a extinção do império: para evitar que sua história milenar ruísse perante as invasões germânicas, dividiu seu território em dois devido à maior facilidade em se administrar domínios relativamente menores.
Essa cisão ocorreu em 395 d.C. e manteve a cidade de Roma como capital do Império Ocidental. O Império Oriental, por sua vez, seria administrado a partir de Constantinopla, o que significava também a criação do Império Bizantino (lembre-se, afinal, que a cidade era outrora conhecida como Bizâncio).
Enquanto a porção ocidental do império terminava, o lado oriental, por sua vez, ascendia como uma potência mundial — e uma das mais poderosas da Idade Média. Consigo, o surgimento desse império levou o cristianismo à posição de crença oficial — até então, não havia a cisão das instituições cristãs entre católicos e ortodoxos, algo que só surgiria, em 1054, com o Grande Cisma.
Por isso, a religião estipulada pelo império bizantino era configurada, inicialmente, apenas pela Igreja Católica, surgida ainda no século I. Por séculos, nas práticas da fé cristã bizantina, a adoração a imagens foi praticada livremente.

Entretanto, durante muitos momentos no decorrer do século VIII, essa prática foi questionada pelos imperadores bizantinos, a exemplo de Leão III, que, sob apoio do influente filho Constantino V, autorizou a missão de retirar as imagens santas dos templos católicos após a realização do Concílio de Hieria (rejeitado mais tarde, tanto por católicos quanto por ortodoxos).
O motivo era que, para o imperador, a sucessão de campanhas militares se dava à adoração pelas imagens, e não pela fé na encarnação de Cristo. Após a morte do imperador em 741, Constantino V prosseguiu com sua agressiva política iconoclástica.
O filho de Constantino V, Leão IV, por sua vez, pareceu não se importar muito com a iconoclastia; apenas ao final de sua vida, decretou uma nova perseguição aos adoradores de imagens. Após a sua morte, em 780, foi a viúva, Irene de Atenas, que enfim convocou o Segundo Concílio de Niceia.
Veja também: Como a Igreja Católica se estabeleceu na Idade Média
Quais as causas dos Concílios de Niceia?
Conforme vimos acima, os concílios ocorridos oficialmente em Niceia foram dois; com isso, as suas causas também foram distintas. O primeiro concílio ocorreu com fins de se legitimar a crença cristã em uma doutrina universal, já que, até o século IV, havia diversas interpretações, cultos e práticas cristãs — e consigo, dúvidas — que se diferiam conforme a localização de seus seguidores pelo vasto Império Romano.
O segundo concílio foi invocado para que se tomasse uma ação referente aos crescentes movimentos iconoclastas ocorridos por todo o território bizantino, ou seja, a destruição de imagens que remetiam a quaisquer personagens santos, fossem representações de Deus, Cristo, Maria, fossem dos santos católicos.
Participantes dos Concílios de Niceia
→ Participantes do Primeiro Concílio de Niceia
O concílio convocado pelo imperador Constantino I foi presidido pelo bispo Ósio de Córdova e acompanhado pelo papa Silvestre I, que, naquele momento, exercia o 33º pontificado da Igreja Católica. As mais importantes figuras católicas do concílio incluíam Ário de Alexandria, que havia erguido a questão sobre o arianismo, o arcebispo antiarianista Atanásio de Alexandria, e Alexandre I de Alexandria, patriarca da cidade homônima que esteve contra as primeiras questões levantadas por Ário e que, mais tarde, estaria entre os principais autores nas decisões tomadas pelo concílio.
O evento também contou com a presença dos bispos Eusébio de Nicomédia (que disseminou o arianismo entre os povos germânicos), Eusébio de Cesareia (conhecido por seus textos que narram as origens da Igreja Católica) e Estácio de Antioquia (um dos críticos mais ferrenhos do arianismo). Apesar dos cerca de 1800 bispos convocados para o concílio, apenas pouco mais de 300 compareceram a Niceia.
→ Participantes do Segundo Concílio de Niceia
Já no concílio solicitado pela imperatriz Irene, além de sua própria figura, estiveram presentes o patriarca de Constantinopla, Tarásio, representantes do papa Adriano I vindos de Roma, e cerca de 350 bispos e clérigos, entre os quais alguns objetivavam solicitar perdão pelos atos de iconoclastia.
O que ficou decidido nos Concílios de Niceia?
Ao final de cada Concílio de Niceia, destacaram-se as seguintes conclusões:
→ Decisões do Primeiro Concílio de Niceia
- Jesus Cristo seria considerado, de fato, a representação terrena de Deus, em Sua plena divindade, rejeitando-se o arianismo, decisão que serviria de fundamento para a consolidação da crença trinitária (Deus, Filho e Espírito Santo).
- A data da Páscoa seria celebrada no domingo subsequente à primeira Lua cheia da primavera. A definição da data serviria para o fortalecimento da unificação e da fé cristã em diversos pontos do mundo.
- Definiram-se 20 normas que seriam aplicadas universalmente na Igreja Católica, consolidadas como cânones. Entre elas, o tempo mínimo de estudos destinados aos catecúmenos (que objetivam o batismo), a proibição da usura entre os clérigos e a proibição de se ajoelhar para orações durante os domingos e os 50 dias que antecedem a Páscoa (o Pentecostes).
→ Decisões do Segundo Concílio de Niceia
- As imagens e os ícones com representações de Jesus e Maria, bem como dos santos, desde que reproduzidos respeitosamente, foram considerados próprios para veneração. Em contrapartida, todo defensor da iconoclastia foi exonerado.
- A influência do papado em Constantinopla foi reduzida, e a posição do patriarca como líder no Oriente, restaurada.
- Estipularam-se 22 cânones, entre os quais a proibição dos bispos em solicitarem dinheiro ao clero e a obrigação de cada padre ou freira em se fixar em um só convento.
Discussão sobre arianismo no Concílio de Niceia
De uma maneira bastante informal, os debates do arianismo levantados no Concílio de Niceia se baseavam na seguinte questão: Deus e Jesus são a “mesma coisa”? Para os arianistas daquele contexto, não. No século IV, a crença de que Jesus não estava em igualdade com Deus foi disseminada por Ário — daí a origem do termo “arianismo” para o conceito propagado entre tantos cristãos da Igreja Católica, apesar de essa questão já ter sido levantada ainda durante a época de Cristo, afinal, a perspectiva monoteísta e de uma única entidade divina já era comum entre os adeptos do judaísmo.
Como você possivelmente percebeu ao longo deste texto, muitos dos bispos presentes no concílio vinham de Alexandria, uma cidade no Egito que havia ascendido como colônia macedônica no século IV a.C. O seu fundador havia sido Alexandre, o Grande, responsável pelo domínio de quase todo o Mundo Antigo e que, inclusive, ficou reconhecido por derrotar o Império Persa.

No contexto do Concílio de Nicéia, porém, a Alexandria pertencia agora ao Império Romano — e foi nela que as primeiras suposições mais sérias em relação ao arianismo começaram a surgir. Mais exatamente, a partir do momento em que o bispo Alexandre I pediu por auxílio na interpretação de um texto do Antigo Testamento (embora não se saiba qual) e obteve como resposta, por parte do presbítero Ário, a hipótese de que Jesus seria uma representação terrena inferior a Deus. As discussões se acaloraram e, com isso, diversos dos religiosos de Alexandria passaram a tomar lados a respeito da teoria arianista.
Por se tratar de um importante local para os romanos, a fervorosa questão surgida na cidade egípcia não demorou a alcançar o conhecimento de Constantino I, tornando-se imediatamente o principal motivo pela convocação do Concílio de Niceia. O imperador, apoiado por aliados antiarianistas como Alexandre I e Atanásio de Alexandria, decretou, ao término do concílio, que os defensores da linha arianista receberiam a conotação de heréticos, ou seja, de quem negava os valores concebidos pelas autoridades apostólicas.
Por outro lado, os críticos ao arianismo levaram à criação da linha ortodoxa, que tem como significado o rígido consenso com os valores estipulados por uma doutrina. Como consequência, os arianistas foram excomungados e exilados, embora vários deles — inclusive o próprio Ário — tenham sido readmitidos posteriormente na Igreja Católica.
Imperador Constantino e o Concílio de Niceia
O imperador Constantino, durante o século IV, foi o primeiro líder do poderoso Estado romano a permitir a crença no cristianismo, já que, desde o século I, os seguidores dessa religião — assim como o próprio Jesus Cristo — eram perseguidos pelas autoridades do império. Mais tarde, possivelmente próximo de sua morte, ele mesmo se converteria ao catolicismo.
Mas, até o Concílio de Niceia, o cristianismo não possuía uma estrutura doutrinária sólida. Por mais de 300 anos, a sua religião foi praticada por meio de diversos ritos heterogêneos, que variavam conforme a região do Mundo Antigo ou até mesmo de maneira subjetiva. Até então, não havia uma coesão estruturada entre Igreja e Estado — e foi Constantino quem se preocupou em unir a ambos e transformar o cristianismo em uma poderosa instituição.
Além do fato de ele mesmo respeitar os ensinamentos de Cristo, ao mesmo tempo ele entendia o cristianismo como uma peça vital para a manutenção do Império Romano Oriental; afinal, no Ocidente, o império se mostrava cada vez menos influente graças às invasões e à influência cultural dos povos germânicos.
A escolha por Bizâncio como capital da porção oriental do império não foi aleatória, até porque a cidade que seria conhecida como Constantinopla se mostraria a mais importante de toda a Idade Média devido à sua localização: era por ela que o Oriente e o Ocidente se conectavam, o que significa que, por cerca de mil anos, os católicos prosperariam com as atividades comerciais daquele lugar.

Para que isso fosse realidade, no entanto, Constantino teve de se antecipar em fortalecer o cristianismo. O advento da questão arianista serviu de pretexto para a realização do concílio que, doravante, uniria toda a comunidade cristã em uma só — algo que ocorreu após as primeiras discussões relevantes acerca da natureza da Trindade.
O Concílio de Niceia não apenas definiu a unidade cristã daquele momento como também serviu de referência ao que seria o Credo de Niceia — uma reformulação da ortodoxia cristã que seria levantada pelo imperador Teodósio e legitimaria a crença trinitária. Teodósio transformou o catolicismo na religião oficial do Império Romano bem como serviu de último imperador dos domínios de uma extensão territorial ainda unificada.
Quais os efeitos dos Concílios de Niceia?
Os efeitos dos Concílios de Niceia, além de legitimarem a unidade das comunidades católicas, serviram de reconfiguração do poder exercido pelos governantes da Roma Oriental, apesar da distância temporal entre ambos. No âmbito institucional, isso significou que, a partir do Primeiro Concílio de Niceia, houve um fortalecimento na estrutura hierárquica da Igreja Católica por meio da criação de 20 cânones, bem como se definiram questões acerca da celebração da Páscoa e, sobretudo, a identificação da natureza de Jesus Cristo.
Por meio do Segundo Concílio de Niceia, os mais importantes efeitos refletiram sobre a permissão em se venerar imagens santas, bem como a definição de práticas litúrgicas e o fortalecimento da hierarquia do patriarca no Oriente. Apesar de se tratar de eventos milenares, ambos os concílios definiram práticas e rituais presentes na religião católica até os dias de hoje.
Saiba mais: O que causou a queda de Constantinopla?
Exercícios resolvidos sobre Concílio de Niceia
1. (Cesupa) O concílio de Nicéia foi convocado em 325, sob os cuidados do imperador Constantino. Em foco estavam as teorias de Ário, denominadas Arianismo e consideradas heréticas por inúmeros seguidores do Cristianismo. Sobre essa questão é correto assinalar:
a) a partir das determinações do concílio, o arianismo desapareceu dos domínios romanos, ou seja, os povos “bárbaros” em geral, acataram o credo de Nicéia o que resultou na destruição de templos e escritos arianos.
b) o credo de Nicéia afirmou a perfeita igualdade entre o Verbo e o Pai, ou seja, a crença em Jesus Cristo como Filho de Deus, nascido da substância do Pai (consubstancialidade), possuidor de natureza divina e no Espírito Santo.
c) o concílio de Nicéia realizou uma composição entre as teorias de Ário e as proposições do Cristianismo primitivo. Assim sendo, foi confirmado que Deus Pai teria a natureza divina e Jesus Cristo possuiria a natureza humana, especificamente.
d) o concílio de Nicéia optou por tolerar o arianismo devido ao elevado número de seguidores dessa religião nos reinos “bárbaros” — vizinhos dos domínios romanos — com o propósito de garantir a coexistência pacífica das populações.
Resposta: B. O credo de Niceia afirmou a perfeita igualdade entre o Verbo e o Pai, ou seja, a crença em Jesus Cristo como Filho de Deus, nascido da substância do Pai (consubstancialidade) e possuidor de natureza divina, e no Espírito Santo. O concílio convocado por Constantino tinha como principal objetivo encerrar a discussão referente à divindade de Cristo, colocada em dúvida por meio do presbítero Ário de Alexandria.
2. (EsFCEx) Niceia, realizado em 325, foi o primeiro Concílio Ecumênico ocorrido na Igreja e que concretizou uma assembleia representativa de toda a cristandade da época, de modo a discutir as heresias que poderiam dividir a Igreja. Qual dessas heresias foi condenada pelo Concílio?
a) Arianismo.
b) Sabelianismo.
c) Monofisismo.
d) Adocionismo.
e) Nestorianismo.
Resposta: A. Arianismo. Este nome, dado à teoria de que Jesus seria inferior à autoridade de Deus, refere-se a seu principal disseminador, Ário de Alexandria.
3. A principal decisão tomada no Segundo Concílio de Niceia foi:
a) Jesus Cristo seria considerado a representação terrena de Deus, rejeitando-se o arianismo e fundamentando a consolidação da crença trinitária.
b) A data da Páscoa seria celebrada no domingo subsequente à primeira Lua cheia da primavera.
c) As imagens e ícones com representações de Jesus e Maria, bem como dos santos, desde que reproduzidos respeitosamente, foram considerados próprios para veneração.
d) A estipulação do Grande Cisma, que dividiu a instituição católica em Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Apostólica Ortodoxa.
Resposta: C. As imagens e os ícones com representações de Jesus e Maria, bem como dos santos, desde que reproduzidos respeitosamente, foram considerados próprios para veneração. A questão da iconoclastia foi uma exclusividade do Segundo Concílio de Niceia, que teve como resultado a permissão da veneração de imagens e símbolos santos.
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Fontes
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