Os mochicas
Os mochicas eram uma civilização peruana de 100 a 700 d.C., eram cerca de 50 mil pessoas e viviam em vales férteis próximos aos andes onde cultivavam seus alimentos. Os mochicas faziam canais de irrigação para deixar a terra pronta para o plantio e esse era um dos seus outros pontos fortes. Plantavam e colhiam várias frutas e legumes e caçavam também além de pescar peixes para completar a alimentação. As mulheres mochicas eram designadas a cuidar das tarefas do lar e os homens dividiam várias classes.
Os mochicas cultuavam o deus Ai-Apaec ou El Degollador que foi santificado por volta do ano 50. Nessa época, um grupo de sacerdotes-guerreiros dominou 400km de território e reivindicavam o status de divindade.
Os mochicas eram também conhecidos por suas grandes construções em pedras e ouro. Foi encontrada a tumba do rei conhecido como Senhor de Sipán que provavelmente foi enterrada em 300 a.C. O corpo do Senhor de Sipán estava coberto por adornos e juntamente com ele foi encontrada uma arca com tesouros que continha máscaras em ouro maciço, cetro dourado, escudos, sinos, braceletes, colares entre outros. Havia também quatro outros ataúdes ao lado do Senhor de Sipán. Embaixo da madeira podre, foram encontrados diversos vasos de cerâmica decorados com desenhos e trabalhos em baixo relevo.
Os mochicas faziam sacrifício de jovens guerreiros para combater a fúria dos deuses. Acredita-se que esse chamada fúria dos deuses seja o conhecido El Niño que é um fenômeno que aquece o clima do planeta. Em 1996, o arqueólogo Steve Bourget encontrou restos de 70 mochicas sacrificados. Os mochicas acreditavam que quando o clima começava a mudar era porque o deus Ai-Apaec precisava vencer então garantia invernos amenos e boas chuvas. Qualquer desequilíbrio era motivo para os mochicas fazerem sacrifícios.
Entre os séculos VI e VII aconteceram grandes alterações no clima e então começaram a aumentar o número de sacrifícios ao deus Ai-Apaec para amenizar a situação mas havia um período de seca que durou 30 anos que acabou secando os rios que abasteciam as cidades. Logo em seguida houve fortes chuvas que alagou irrigaçãoes e destruiu casas e plantações. A partir daí, a sociedade começou a passar fome, outros foram levados pela correnteza e outros tiveram doenças infecciosas, então os poucos sobreviventes abandonaram as cidades findando esse império.