A Tríplice Aliança foi um acordo militar, entre 1882 e 1994, que envolveu:
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Alemanha;
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Áustria-Hungria;
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Itália .
Essa aliança foi parte da estratégia de acordos militares estabelecida pelo chanceler alemão Otto von Bismarck. Ela estabelecia cooperação mútua entre as três nações.
Seu objetivo era isolar França e Rússia diplomaticamente e impedir que ambas iniciassem um conflito contra qualquer um dos países que formavam a aliança. Esse acordo deixou de existir em 1915, quando os italianos se retiraram dele e aderiram à Tríplice Entente, já durante a Primeira Guerra Mundial.
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Resumo sobre Tríplice Aliança
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Foi um acordo militar entre Alemanha, Áustria-Hungria e Itália.
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Durou de 1882 a 1915.
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Teve fim quando a Itália se retirou.
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Seu objetivo principal era isolar Rússia e França diplomaticamente.
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Foi parte da estratégia diplomática estabelecida pelo chanceler alemão Otto von Bismarck.
O que foi a Tríplice Aliança?
A Tríplice Aliança foi um acordo assinado por Alemanha, Áustria-Hungria e Itália em 20 de maio de 1882 e que estabelecia uma aliança de cooperação militar mútua entre os três países envolvidos. Esse acordo foi parte da política de alianças estabelecida pela Alemanha durante a gestão do chanceler Otto von Bismarck.
Seu objetivo primordial era garantir o isolamento de França e Rússia. Isso porque as três nações envolvidas se comprometeram a defender umas às outras, caso fossem atacadas por outra potência europeia.
Essa união foi periodicamente renovada pelos membros, até que expirou em 1915, porque a Itália decidiu se aliar com outras nações no contexto da Primeira Guerra Mundial. Essas alianças eram pensadas com o objetivo de enfraquecer a possibilidade de guerra, mas, na verdade, contribuíram diretamente para acirrar os ânimos na Europa.
Além da cooperação mútua, em caso de ataque de outro país a algum dos membros da Tríplice Aliança, foram estabelecidos alguns acordos específicos, muitos deles girando em torno da Itália. A admissão da Itália nesse grupo foi parte da ação de governo italiano para se defender da França.
Alemanha e Áustria-Hungria, aliadas desde 1879, viram na adição da Itália uma possibilidade de fortalecer mais ainda seus status no continente europeu. Para isso, deram a garantia ao governo italiano de que protegeriam o país, caso fosse atacado pela França e desde que o ataque não fosse em resposta a nenhuma provocação italiana.
Além disso, a Itália recebeu garantias de que teria suas reivindicações imperialistas por colônias na África defendidas pelos outros dois países; também deveria se comprometer com a neutralidade, caso eles entrassem em guerra, e manter relação amistosa com o governo alemão.
Fim da Tríplice Aliança
Como mencionado, a assinatura da Tríplice Aliança tinha como objetivo isolar diplomaticamente a França e a Rússia e impedir que uma nova guerra fosse iniciada e que a Alemanha fosse arrastada para ela. Esse tipo de união defensiva procurava enfraquecer a possibilidade da guerra ao transformá-la em um peso muito grande para um eventual agressor, pois quem atacasse a Alemanha, entraria em guerra com os demais membros do acordo.
O propósito desse acordo acabou fracassando, uma vez que a guerra se iniciou em 1914 como consequência do assassinato de Francisco Ferdinando. Ele era herdeiro do trono austríaco, e sua morte criou uma forte crise diplomática entre Áustria-Hungria e Sérvia, fazendo também com que a Rússia fosse arrastada para essa briga.
Além disso, a Alemanha também viu sua política externa se modificar profundamente com a demissão de Otto von Bismarck em 1890. Com isso a política de alianças militares defensivas da Alemanha foi substituída por uma política externa mais agressiva que afastou Rússia e Grã-Bretanha do governo alemão, contribuindo diretamente para que esses países se juntassem à França, a grande inimiga dos alemães, e formassem uma aliança militar que recebeu o nome de Tríplice Entente.
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Motivos e interesses da Tríplice Aliança
A assinatura da Tríplice Aliança atendia a interesses políticos, militares e econômicos das três nações envolvidas, conforme veremos. Começando pela Alemanha, o principal objetivo do governo de Otto von Bismarck era garantir a segurança alemã por meio do isolamento diplomático dos franceses.
A rivalidade entre França e Alemanha passava diretamente pelo processo de unificação alemão, concluído em 1871, quando a Prússia derrotou a França na Guerra Franco-Prussiana, daí surgindo o Império Alemão. Assim, havia o temor na Alemanha de uma possível vingança francesa, em uma nova guerra, a fim de recuperar o que havia perdido para os alemães.
Havia também uma forte rivalidade da Alemanha com a Rússia e uma intenção de evitar que esta expandisse seus interesses pelos Bálcãs, região que passou a ser disputada após o enfraquecimento do Império Otomano. Outra questão importante era a rivalidade étnica que envolvia os germânicos (alemães) e os eslavos (russos), tida como um elemento que contribuía para a tensão.
A rivalidade entre Rússia e Áustria-Hungria também era uma grande questão, uma vez que ambas disputaram diretamente entre si suas expansões para os Bálcãs. Os austríacos, inclusive, haviam anexado a Bósnia como parte dessa expansão. A tensão entre as duas nações pelos Bálcãs afastou uma da outra.
Por fim, no caso da Itália, a grande questão era mesmo a França, país que havia prejudicado os interesses imperialistas do governo italiano no norte da África. A tensão que se estabeleceu entre as duas nações fez com que a Itália temesse algum conflito com os franceses, e a aliança com alemães e austríacos era uma forma de ela se resguardar para que isso não acontecesse. Os italianos também acreditavam que isso os permitiria conquistar colônias na África.