Guerra de trincheiras

Durante a Primeira Guerra Mundial, uma estratégia que gerou crise humanitária foi formada: a chamada guerra de trincheiras.
Soldados ingleses lutando nas suas trincheiras durante a Batalha do Somme (1916).
Soldados ingleses lutando nas suas trincheiras durante a Batalha do Somme (1916).
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A guerra de trincheiras foi a segunda fase da Primeira Guerra Mundial, e consistiu em barricadas terrestres montadas em regiões de fronteiras como estratégia em um momento do confronto em que as forças estavam equilibradas. Essa estratégia causou muitos traumas, doenças e crise humanitária, devido às condições insalubres em que se encontravam os soldados que lutavam nas trincheiras.

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Resumo sobre a guerra de trincheiras

  • A guerra de trincheiras foi a segunda fase da Primeira Guerra Mundial, quando eram montadas verdadeiras barricadas de lama nas regiões de fronteira.
  • Foi causada porque as forças que disputavam o conflito mundial estavam empatadas em maquinaria e pessoal.
  • Sua estratégia era montar centrais de comandos atrás de barreiras físicas de terra, nas quais os soldados ficavam guerreando.
  • Muitos desses soldados morriam e seus corpos ficavam no local em que haviam caído, a olho nu dos que permaneciam vivos. Havia muitos problemas de higiene também. Os que eram feridos ficavam em meio a doenças e balas.
  • Seu fim aconteceu, em 1917, com o uso de novas tecnologias e, enfim, o desequilíbrio entre as forças combatentes.
  • Suas principais consequências foram: crise de higiene e humanitária, muitas mortes e traumas, mas também desenvolvimento bélico tecnológico.

O que foi a guerra de trincheiras?

A guerra de trincheiras, como o próprio nome diz, é um tipo de confronto em que os soldados combatem em trincheiras, ou seja, atrás de uma escavação feita no solo para protegerem-se. Esse tipo de combate caracterizou a segunda fase da Primeira Guerra Mundial.

Causas da guerra de trincheiras

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi dividida em três fases: guerra de movimento, guerra de trincheiras e segunda guerra de movimento ou fase final. A fase que nos interessa, a segunda, foi causada pela busca de um maior equilíbrio entre Tríplice Aliança e Tríplice Entente, forças que compunham o conflito, em regiões fronteiriças, principalmente na Alemanha e na França.

As duas forças tinham armas e equipamento equânimes militarmente, bem como estratégias, táticas e conhecimento técnico parecidos. Sendo assim, o conflito estava paralisado por impasse de forças, sendo difícil obter destaque para ganhar.

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Estratégia da guerra de trincheiras

Assim, surgiu a estratégia da guerra de trincheiras, que era, basicamente, construir barreiras lineares nas fronteiras e colocar todas as pessoas e equipamentos atrás delas, inclusive os acampamentos e mantimentos, como um quartel general (QG) que se mudava de tempos em tempos.

Vida dos soldados na guerra de trincheiras

Por serem barreiras feitas com terra levantada, muitas questões sanitárias eram apontadas por soldados dentro daqueles buracos. Era comum, por exemplo, que mortos em batalhas ficassem ali, junto dos vivos. Isso fora as chuvas, a presença de animais e de excrementos humanos.

Soldados carregam ferido enquanto passam por corpos no chão em trincheira durante a Primeira Guerra Mundial.
Soldados carregam ferido enquanto passam por corpos no chão em trincheira durante a Primeira Guerra Mundial.

Fim da guerra de trincheiras

O fim da guerra de trincheiras se deu quando novas tecnologias bélicas foram inventadas ou aprimoradas, o que se deu precisamente a partir de 1917. Assim, as forças em combate foram desequilibradas, propiciando com que a fase da guerra de trincheiras acabasse e desse origem a uma nova fase, seguida posterior e consequentemente pelo fim do conflito mundial.

Principais consequências da guerra de trincheiras

As principais consequências da guerra de trincheiras foram: diversas mortes, crise humanitária, problemas de higiene e saúde, e desenvolvimento de novas tecnologias de guerra.

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Exercícios sobre a guerra de trincheiras

Questão 01

(Cefet-MG) O uso das trincheiras na Primeira Guerra Mundial:

a) acelerou o fim do embate entre os países beligerantes.

b) encerrou as disputas territoriais entre os países europeus.

c) marcou a memória de uma geração de forma traumática.

d) incentivou o seu emprego nas lutas europeias posteriores.

e) garantiu a proteção da população civil dos horrores do conflito.

Resposta: Letra C. Como vimos, as condições sanitárias e os horrores relatados pelos então soldados que estavam nas trincheiras marcaram a memória de toda uma geração, gerando traumas.

Questão 02

(Espm - 2018) À noite, arrastando-se pela cratera de projétil e enchendo-a, a lama observa, como um enorme polvo. Chega à vítima. Deita-lhe a sua baba venenosa, cega-a, aperta o círculo à volta dela, enterra-a. Mais um disparo, mais um que se foi... os homens morrem da lama, como morrem de balas, mas é mais horrível. A lama é onde os homens se afundam e — o que é pior — onde afundam suas almas. A lama esconde os galões das divisas, há apenas pobres bestas que sofrem. Vejam, ali, manchas vermelhas num mar de lama — sangue de um homem ferido. O inferno não é o fogo, isso não seria o máximo do sofrimento. O inferno é a lama!

(Martin Gilbert. A Primeira Guerra Mundial)

O texto, escrito por soldados franceses, testemunho do que ocorria em 1917, é uma perfeita descrição da:

a) guerra de movimento

b) Blitzkrieg

c) guerra de trincheiras

d) guerra de mentira

e) guerra suja

Resposta: Letra C. Na guerra de trincheiras, os soldados se arrastavam na lama em condições insalubres, como vimos e como diz o trecho acima. Assim como também os que eram feridos (“manchas vermelhas num mar de lama — sangue de um homem ferido”) e os que morriam eram deixados lá mesmo (“os homens morrem da lama”).

Fontes:

BLANC, Claudio. Primeira Guerra mundial: a guerra que acabaria com todas as guerras. Camelot Editora, São Paulo, 2020.

SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra mundial: história completa. Editora Contexto, São Paulo, 2013.

STEVENSON, David. História da Primeira Guerra mundial. Editora Novo Século, São Paulo, 2016.

Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa