A Guerra da Cisplatina foi um conflito que ocorreu entre 1825 e 1828 envolvendo o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata, que disputavam a Província da Cisplatina. A região pertencia ao Brasil desde 1808, quando Dom João VI e a família real portuguesa desembarcaram na colônia. A guerra começou em 1825, no reinado de Dom Pedro I, e terminou com a derrota das tropas brasileiras e a perda da Cisplatina, que se transformou na República Oriental do Uruguai.
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Resumo sobre a Guerra da Cisplatina
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A Guerra da Cisplatina foi uma batalha envolvendo o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata pela Província da Cisplatina, entre 1825 e 1828.
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A guerra foi causada devido à disputa territorial entre brasileiros e cisplatinos.
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As tropas brasileiras não receberam investimentos necessários para derrotar os inimigos durante a guerra.
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O Brasil perdeu a guerra e a Província da Cisplatina, que se transformou no Uruguai.
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A guerra provocou uma grave crise econômica para o Primeiro Reinado no Brasil e a impopularidade de Dom Pedro I.
Videoaula sobre a Guerra da Cisplatina
Causas da Guerra da Cisplatina
As causas da Guerra da Cisplatina remontam ao período colonial. Nesse período, Portugal e Espanha disputavam os limites dos seus domínios na região do Rio da Prata. É importante destacar que:
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Os portugueses construíram, em 1680, um forte à margem oriental do rio, dando origem à Colônia de Sacramento.
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Essa fortificação foi reivindicada pelos espanhóis em 1977.
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Vários tratados, como o Tratado de Madri, de 1750, e o Tratado de Idelfonso, em 1777, buscaram apaziguar os ânimos dos reinos ibéricos a respeito da disputa pela região.
A competição territorial não foi a única causa da rivalidade entre Portugal e Espanha na região do Rio da Prata. Em 1808, o imperador francês Napoleão Bonaparte ordenou a invasão do reino português, pois este não aderiu ao Bloqueio Continental, que determinava que os países do continente europeu estavam proibidos de negociar com a Inglaterra e de receber seus navios. O príncipe regente optou por manter as relações comerciais com a Inglaterra.
Napoleão enviou suas tropas a Portugal, e os espanhóis colaboraram com os franceses, cedendo seu território para a passagem do exército napoleônico. Dom João VI, junto da família real portuguesa, fugiu para o Brasil antes da chegada dos soldados franceses.
Desembarcando em solo brasileiro, o príncipe português decidiu retaliar os espanhóis por terem colaborado com a movimentação das tropas francesas, que culminaram na invasão do reino de Portugal. Dom João VI ordenou, em 1816, que seu exército ocupasse a Cisplatina e anexasse o território ao domínio de Portugal.
Com a independência brasileira, em 1822, a província fez parte do Brasil. Porém, essa mudança política não apaziguou os ânimos dos cisplatinos. Em 1826, Juan Antonio Lavalleja, militar e político, liderou uma revolta, pois os cisplatinos queriam que seu território fosse anexado às Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina). Para justificar a anexação, essa província enviou apoio militar e financeiro para a revolta liderada por Lavalleja.
Quais os objetivos dos países envolvidos na Guerra da Cisplatina?
Os vários lados envolvidos na Guerra da Cisplatina tinham objetivos diferentes.
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Império brasileiro
Para o Império do Brasil, era primordial manter o território e evitar qualquer tipo de revolta que promovesse a separação de alguma província. Quando Juan Antonio Lavalleja iniciou a rebelião da Cisplatina, em 1826, Dom Pedro I, primeiro imperador do Brasil, enviou imediatamente tropas para debelar o movimento rebelde.
Além do desejo de manter a unidade territorial, as insurreições provinciais poderiam motivar outras regiões brasileiras a também organizarem levantes contra o governo central, o que não era de interesse do imperador.
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Grupos contrários ao domínio brasileiro
Entre os grupos contrários ao domínio brasileiro, havia objetivos difusos quanto ao conflito.
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Juan Antonio Lavalleja: desejava anexar a Cisplatina às Províncias Unidas do Rio da Prata.
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Outros grupos também insatisfeitos: queriam a independência da província e que ela se tornasse uma nova república na América do Sul.
Principais batalhas da Guerra da Cisplatina
Dom Pedro I não hesitou em enviar tropas para a Cisplatina e derrotar os revoltosos liderados por Lavalleja. O exército brasileiro foi truculento e não poupou esforços para massacrar seus inimigos. A forma arbitrária de ação dos soldados brasileiros provocou uma reação negativa da população local.
Nos primeiros anos do Primeiro Reinado, o Brasil enfrentava uma grave crise econômica e não havia investimento suficiente para armar e treinar soldados, o que facilitou a ação das tropas cisplatinas e a derrota brasileira na guerra.
Como a guerra aconteceu em regiões alagadas e em rios, a atuação da marinha foi importante. O Brasil enfrentou dificuldades para formar seus marinheiros, por conta da falta de efetivo. Tanto brasileiros quanto cisplatinos contrataram mercenários para atuarem no confronto, mas o resultado foi negativo.
A princípio, as tropas brasileiras fizeram um bloqueio a Buenos Aires. Porém, as águas rasas dos rios da região impediram a movimentação das embarcações do Brasil. Os cisplatinos tentaram furar o bloqueio e invadir o território do Rio Grande do Sul.
Os problemas que o Brasil enfrentou na guerra não estavam relacionados apenas a questões militares. Dom Pedro I enfrentou problemas políticos, pois os parlamentares evitaram o envio de auxílio militar para a região do conflito, enfraquecendo o exército e a marinha. O próprio imperador se deslocou até o sul do Brasil para acompanhar de perto as lutas contra os inimigos.
Ele desembarcou em 7 de dezembro de 1826 no Rio Grande do Sul e encontrou os militares brasileiros desmoralizados e sem recursos para continuar a guerra. O imperador ordenou a demissão de oficiais e tentou reorganizar as tropas. Porém, a morte da imperatriz Leopoldina, em 1827, o fez voltar para o Rio de Janeiro.
As principais batalhas da Guerra da Cisplatina foram:
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Batalha de Sarandi: ocorrida em 12 de outubro de 1825 no Arroio Sarandi, no Uruguai.
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Batalha do Passo do Rosário: ocorrida em 20 de fevereiro de 1827, às margens do rio Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
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Batalha do Juncal: ocorrida entre os dias 8 e 9 de fevereiro de 1827, na Ilha Juncal, no rio Uruguai.
Veja também: Guerra dos Farrapos — conflito separatista que ocorreu no Rio Grande do Sul em 1835
Quem ganhou a Guerra da Cisplatina?
O alto custo do conflito para os participantes da Guerra da Cisplatina, bem como a precariedade militar dos envolvidos, fez com que a Inglaterra incentivasse o fim da batalha. A paz foi negociada sob a mediação de franceses e ingleses. O tratado de paz, desastroso para o país, foi assinado em 28 de agosto de 1828.
Além da perda territorial, o prejuízo financeiro foi de 30 milhões de dólares e 8 mil brasileiros mortos. A Cisplatina obteve a sua independência e se transformou em República Oriental do Uruguai. Pode-se afirmar que os brasileiros foram os grandes derrotados da guerra, enquanto os cisplatinos foram os vencedores.
Consequências da Guerra da Cisplatina
A principal consequência da Guerra da Cisplatina foi o desmembramento da província do território brasileiro. Formou-se, a partir de então, a República Oriental do Uruguai. Além disso, a guerra:
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aumentou a impopularidade de Dom Pedro;
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aprofundou a crise econômica vivida pelo Império brasileiro em seus primeiros anos;
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contribuiu para a crise do Primeiro Reinado, que levou Dom Pedro I a abdicar do trono brasileiro em 1831.
Exercícios resolvidos sobre a Guerra da Cisplatina
Questão 1
A Guerra da Cisplatina (1825–1828) teve como principal consequência:
a) a independência da Argentina, que se transformou em um império.
b) a formação da República Oriental do Uruguai.
c) o fim do império brasileiro e a Proclamação da República.
d) criação da república boliviana.
Resolução:
Alternativa B
Com o fim da Guerra da Cisplatina, a província, que pertencia ao Brasil, se tornou independente, dando origem à República Oriental do Uruguai.
Questão 2
Assinale a alternativa que aponta por que a imagem de Dom Pedro I foi desgastada durante a Guerra da Cisplatina.
a) O apoio português recebido pelo imperador durante o governo.
b) A indecisão de Dom Pedro I em agir contra a revolta na Cisplatina.
c) A ameaça de Dom Pedro I de renunciar ao trono brasileiro.
d) A alta dos impostos e a perda da província da Cisplatina.
Resolução:
Alternativa D
Dom Pedro I saiu da Guerra da Cisplatina com a imagem desgastada por causa da crise econômica que elevou os impostos e da perda territorial após o fim do conflito.