Brasil na Segunda Guerra Mundial

O Brasil na Segunda Guerra Mundial manteve inicialmente uma postura neutra, priorizando interesses econômicos. Contudo, em 1942, o afundamento de navios brasileiros por submarinos alemães, como o caso do Baependi, desencadeou uma mudança crucial. Em resposta à indignação nacional, o presidente Vargas declarou guerra aos países do Eixo, alinhando o Brasil com as nações aliadas, ao lado de Estados Unidos, União Soviética e Reino Unido.

A participação brasileira trouxe impactos econômicos positivos, intensificando relações comerciais com os Aliados, especialmente os EUA, que investiram na infraestrutura nacional. Internamente, fortaleceu um sentimento nacionalista, moldando transformações sociais e políticas nas décadas seguintes. A criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), composta por cerca de 25 mil soldados, evidenciou-se em batalhas como Monte Castello e Monte Belvedere, contribuindo para a reputação internacional do Brasil.

Leia também: Como a Segunda Guerra Mundial começou?

Resumo sobre o Brasil na Segunda Guerra Mundial

• Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil, sob o regime autoritário de Getúlio Vargas, inicialmente adotou uma postura neutra, priorizando seus interesses econômicos.
• A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial só ocorreu com o afundamento de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães.
• O Brasil, ao declarar guerra em 1942, uniu-se às nações aliadas, opondo-se às forças do Eixo, lideradas por Alemanha, Itália e Japão.
• A participação brasileira na Segunda Guerra gerou impactos econômicos ao intensificar relações comerciais com os Aliados, especialmente os EUA, que investiram na infraestrutura brasileira. Internamente, fortaleceu o sentimento nacionalista.
• A Força Expedicionária Brasileira (FEB), enviada ao teatro de operações italiano, composta por cerca de 25 mil soldados, destacou-se pela bravura em batalhas como Monte Castello e Monte Belvedere, contribuindo significativamente para a reputação brasileira no cenário internacional.

Videoaula sobre a atuação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Contexto histórico do Brasil na Segunda Guerra Mundial

O Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial, encontrava-se em um período marcado por intensas transformações políticas e sociais. Em 1930, Getúlio Vargas assumiu o poder, instaurando um regime autoritário que perduraria até 1945. Nesse contexto, a Europa vivenciava os horrores do conflito armado, enquanto o Brasil buscava uma posição neutra, priorizando seus interesses econômicos e comerciais.

Como foi a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial?

A neutralidade brasileira manteve-se até 1942, quando eventos cruciais levaram o país a reconsiderar sua posição. O afundamento de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães, especialmente o incidente com o navio Baependi, em agosto de 1942, despertou a ira da opinião pública e do governo brasileiro. O presidente Vargas, diante da indignação nacional, declarou guerra aos países do Eixo em agosto de 1942.

Em que lado o Brasil estava na Segunda Guerra Mundial?

Ao declarar guerra, o Brasil uniu-se às nações aliadas, compreendendo os Estados Unidos, a União Soviética, o Reino Unido e outros países que se opunham às forças do Eixo, lideradas por Alemanha, Itália e Japão.

Leia também: Estado Novo — a fase ditatorial do governo de Vargas

Impactos da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial teve repercussões em diversas esferas. Economicamente, o Brasil se beneficiou da intensificação das relações comerciais com os Aliados, especialmente os Estados Unidos, que investiram na infraestrutura brasileira, incluindo bases militares. Além disso, a contribuição militar do Brasil gerou reconhecimento internacional e consolidou sua posição como ator relevante no cenário global.

Internamente, a guerra desencadeou um sentimento nacionalista e patriótico, reforçando a unidade nacional em torno do esforço de guerra. Isso também influenciou as transformações sociais e políticas que ocorreriam nas décadas seguintes, moldando a identidade do Brasil pós-guerra.

Força Expedicionária Brasileira

A participação militar brasileira foi efetivada por meio da criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), enviada para lutar ao lado dos Aliados no teatro de operações italiano. Composta por cerca de 25 mil soldados, a FEB enfrentou condições adversas em um ambiente totalmente diferente do Brasil tropical. O desempenho dos soldados brasileiros em batalhas como a de Monte Castello e Monte Belvedere foi fundamental para consolidar a reputação da FEB.

Curiosidades sobre o Brasil na Segunda Guerra Mundial

Entre as curiosidades relacionadas à participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, destaca-se o fato de que os soldados da FEB, ao chegarem à Europa, não estavam adequadamente preparados para enfrentar o rigoroso inverno italiano. Isso gerou situações inusitadas, como o uso de uniformes improvisados e adaptações criativas para enfrentar o frio intenso.

Outro ponto interessante é a presença de músicos da banda marcial brasileira “Os Pracinhas na FEB”, que levaram consigo a cultura e a musicalidade brasileira para o front de batalha. Essa combinação de coragem militar e expressão cultural contribuiu para a construção da imagem da FEB como uma força diferenciada no cenário internacional.

Além disso, o envolvimento de personalidades ilustres na FEB, como o escritor Monteiro Lobato e o artista Cândido Portinari, enriqueceu a experiência da participação brasileira na guerra, proporcionando uma visão única sobre o conflito por meio das obras deles.

Leia também: Como foi a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial?

Exercícios resolvidos sobre o Brasil na Segunda Guerra Mundial

1. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil, sob o governo de Getúlio Vargas, inicialmente adotou uma postura de neutralidade. Contudo, eventos cruciais alteraram esse cenário. Em agosto de 1942, o afundamento de navios brasileiros por submarinos alemães, como o Baependi, provocou uma mudança significativa na política brasileira. Diante disso, o Brasil declarou guerra aos países do Eixo. Qual foi o principal motivo que levou o Brasil a abandonar sua neutralidade e se unir às nações aliadas?

a) Pressão militar dos Aliados.

b) Ataque japonês ao território brasileiro.

c) Afundamento do navio Baependi por submarinos alemães.

d) Aliança comercial com os Estados Unidos.

e) Exigência da União Soviética.

Resposta correta: Letra C. O afundamento do Baependi foi o incidente decisivo que provocou a mudança de postura do Brasil, gerando indignação nacional e levando o presidente Vargas a declarar guerra aos países do Eixo, unindo-se às nações aliadas.

2.  A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial teve repercussões em diversas áreas. Economicamente, o país se beneficiou da intensificação das relações comerciais com os Aliados, especialmente os Estados Unidos, que investiram na infraestrutura brasileira. Além disso, a guerra gerou impactos sociais e políticos internos. Qual foi um dos principais resultados sociais da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial?

a) Aumento da desigualdade social.

b) Redução do nacionalismo.

c) Enfraquecimento das relações com os Estados Unidos.

d) Fortalecimento do sentimento nacionalista.

e) Isolamento político internacional.

Resposta correta: Letra D. A participação brasileira na guerra fortaleceu o sentimento nacionalista, unindo a população em torno do esforço de guerra e influenciando transformações sociais e políticas nas décadas seguintes.

Créditos das imagens

^[1] Arquivo Nacional / Domínio público

Fontes:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2012

SCHWARCZ, Lilia; STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Cia das Letras, 2018.