Batalha de Stalingrado

A Batalha de Stalingrado foi a maior batalha travada durante a Segunda Guerra Mundial. Após meses de luta, os soviéticos saíram vitoriosos, com o saldo de dois milhões de mortos.
Fotografia dos soldados alemães durante a Batalha de Stalingrado, a maior batalha travada durante a Segunda Guerra Mundial.
Soldados alemães utilizaram peça de artilharia para bombardear os soviéticos posicionados em Stalingrado.
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A Batalha de Stalingrado foi a maior batalha travada durante a Segunda Guerra Mundial (1914-1918). Ocorreu entre os exércitos alemão e soviético de julho de 1942 a fevereiro de 1943 e resultou na morte de aproximadamente dois milhões de pessoas. O esforço gigantesco realizado pelos soviéticos e o esgotamento da força dos exércitos alemães resultaram em uma vitória soviética fundamental para o destino do conflito.

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Resumo sobre a Batalha de Stalingrado

  • A Batalha de Stalingrado foi a maior batalha travada durante a Segunda Guerra Mundial.

  • Ocorreu entre os exércitos alemão e soviético de julho de 1942 a fevereiro de 1943 e foi parte da Operação Barbarossa.

  • A conquista de Stalingrado transformou-se em uma obsessão de Hitler devido à sua importante localização.

  • A defesa de Stalingrado também foi crucial para Stalin, e os soldados soviéticos viveram momentos difíceis nesse período devido à intensidade do conflito.

  • Na virada de 1942 para 1943, os soviéticos conseguiram expulsar os alemães de Stalingrado.

  • A Batalha de Stalingrado teve fim com a vitória dos soviéticos.

  • Cerca de 2 milhões de pessoas morreram durante os combates travados em Stalingrado.

Antecedentes históricos da Batalha de Stalingrado

A batalha travada em Stalingrado foi parte da Operação Barbarossa, iniciada pelos nazistas em junho de 1941. A Operação Barbarossa organizou a invasão da União Soviética com três grandes alvos: a cidade de Leningrado, Moscou (capital da União Soviética) e o parque industrial da região de Stalingrado.

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A Operação Barbarossa visava à conquista da União Soviética de maneira fulminante nos moldes do que havia acontecido na França. No entanto, o fracasso da Alemanha nesse sentido fez com que os conflitos na União Soviética se estendessem e se tornassem a principal frente de batalha dos alemães.

O rápido avanço inicial transformou-se em um avanço lento e penoso. Em meados de 1942, a cidade de Stalingrado se tornou um objetivo fundamental para Adolf Hitler. A cidade era um parque industrial importante da União Soviética, ficava às margens do rio Volga e era porta de entrada para a região do Cáucaso, rica em minério e petróleo.

Como foi a Batalha de Stalingrado?

Panorama da cidade de Stalingrado em ruínas durante a Batalha de Stalingrado, travada entre 1942 e 1943.
Panorama da cidade de Stalingrado em ruínas durante a Batalha de Stalingrado, travada entre 1942 e 1943.

A Batalha de Stalingrado iniciou oficialmente no dia 17 de julho de 1942. A aproximação das forças nazistas da cidade resultou em uma evacuação desesperada por parte da população, que cruzava o rio Volga na direção leste da Rússia. O comando das forças alemãs em Stalingrado foi atribuído a Friedrich Paulus.

O ataque alemão à cidade de Stalingrado iniciou com pesada carga de bombardeios pela Luftwaffe (aviação de guerra alemã). Os ataques alemães transformaram parte da cidade em ruínas. O primeiro grande ataque terrestre dos alemães ocorreu no dia 13 de setembro, após Friedrich Paulus receber uma ordem de Hitler que estipulava um prazo para a conquista de Stalingrado.

A conquista de Stalingrado se transformou em uma obsessão de Hitler, que mobilizou diversos recursos, concentrando-os nos ataques contra a cidade. Isso prejudicou severamente o esforço de guerra alemão em outras frentes de batalha. Outra decisão controversa tomada por Hitler foi considerada crucial para o fracasso das forças alemãs: estender a linha do exército alemão por uma distância muito vasta.

No lado de Stalin, a defesa de Stalingrado também foi considerada crucial e foi entregue para o major-general Vasily Chuikov. O major-general soviético sabia que a defesa da cidade deveria acontecer a todo custo e, quando questionado por Kruchev (comissário do Partido Comunista na região), respondeu: “defenderemos a cidade ou morreremos tentando”. |1|

Além disso, durante a batalha, uma ordem expressa de Stalin era a de impedir o crescimento do derrotismo nas forças soviéticas. Assim, todos os soldados que recuassem ou desertassem seriam sumariamente executados. Estima-se que durante a batalha travada em Stalingrado cerca de 13.500 soldados soviéticos foram executados como traidores. |2|

Os combates travados em Stalingrado foram sangrentos, e os relatos reforçam a situação infernal vivida por aqueles que moravam e lutaram na cidade. Os combates eram travados rua a rua, disputados casa a casa, quarteirão a quarteirão. Os relatos soviéticos diziam que Stalingrado era um lugar “dez vezes pior que o inferno” ou que a destruição lá encontrada era “muito pior do que a esperada”. |3|

A situação das forças soviéticas em Stalingrado foi desesperadora, e os soviéticos estiveram à beira do colapso. Eles resistiram graças à chegada diária de armamentos e novos soldados, que todos os dias cruzavam o rio Volga às pressas. A situação era tão desesperadora que por vezes os reforços viram-se obrigados a cruzar o rio durante o dia – tornando-se alvos fáceis para os aviões alemães.

A estratégia montada pelos soviéticos, apesar de desorganizada, surtiu efeito. Chuikov optou por encurtar a distância entre as linhas de fogo alemã e soviética. Além disso, as ruínas espalhadas pela cidade dificultavam o avanço dos alemães e de seus blindados. A condição de combate rua a rua também foi um fator de dificuldade para os alemães, pois impedia maiores movimentações e ataques estratégicos nos flancos.

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Fim da Batalha de Stalingrado

Duas ofensivas soviéticas foram organizadas na virada de 1942 para 1943 e tiveram sucesso em expulsar os alemães de dentro da cidade de Stalingrado. Houve ainda uma terceira ofensiva, que não obteve sucesso. De qualquer maneira, as ofensivas soviéticas conseguiram expulsar os alemães do perímetro da cidade e encurralaram as tropas lideradas por Friedrich Paulus.

Friedrich Paulus solicitou autorização de Hitler para recuar, no entanto sua solicitação foi negada. A força de Paulus, que consistia em cerca de 200 mil soldados exaustos pelo esforço de guerra, foi então condenada pela negativa de Hitler. Outra força alemã na região, liderada por Erich von Manstein e incapacitada de continuar resistindo, recuou. A rendição dos soldados alemães que haviam permanecido em Stalingrado aconteceu em 2 de fevereiro de 1943. Após meses de combates ferozes, os soviéticos ergueram-se como vitoriosos.

Consequências da Batalha de Stalingrado

Após a Batalha de Stalingrado, os alemães derrotados deram início a sua decadência, que se estendeu até 1945. Ao todo, cerca de 2 milhões de pessoas morreram durante os combates travados em Stalingrado.

Após a Batalha de Stalingrado, a situação entre as forças inverteu-se. Além de a produção industrial soviética ter superado em muito a capacidade alemã, a quantidade de novos soldados soviéticos prontos para a batalha aumentou, enquanto a Alemanha viu seus quadros diminuírem. Isso pode ser percebido na afirmação de Max Hastings:

O poder da União Soviética e de seus exércitos crescia rapidamente enquanto a força dos invasores minguava. Em 1942, a Alemanha produziu apenas 4.800 viaturas blindadas, enquanto a Rússia fabricou 24 mil. […] Naquele ano [1942], a Rússia fabricou ainda 21.700 aeronaves contra 14.700 unidades alemãs. O Exército Vermelho empregou seis milhões de soldados, apoiados por 516.000 homens do NKVD [polícia secreta soviética]. |4|

Notas

|1| BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015, p. 404.

|2| HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, p. 329.

|3| HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, p. 328.

|4| HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012, p. 341.

Fontes

BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Record, 2015.

HASTINGS, Max. Inferno: o mundo em guerra 1939-1945. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012.

Por Daniel Neves Silva

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