O Atentado de Sarajevo é considerado o estopim da Primeira Guerra Mundial. No atentado, que ocorreu em 28 de junho de 1914, Gavrilo Princip, membro de um movimento nacionalista sérvio, assassinou a tiros o arquiduque da Áustria, Francisco Ferdinando, e sua esposa, Sofia.
O atentado foi cometido durante uma carreata do herdeiro do Império Austro-Húngaro pelas ruas de Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina que, desde 1908, era ocupada pelas tropas da Áustria-Hungria. Esse acontecimento levou a uma crise política entre a Áustria-Hungria e a Sérvia que culminou no início da Primeira Guerra Mundial em 28 de julho de 1914, exatamente um mês após o atentado.
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Resumo sobre o Atentado de Saravejo
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O Atentado de Sarajevo é considerado o estopim da Primeira Guerra Mundial. Ele levou a Áustria-Hungria, a Sérvia e seus aliados à guerra.
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No atentado, que ocorreu em 28 de junho de 1914, Gavrilo Princip assassinou a tiros o arquiduque da Áustria, Francisco Ferdinando, e sua esposa, Sofia.
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Gavrilo Princip tinha 19 anos de idade no dia do atentado.
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Gavrilo Princip recebeu apoio do grupo conhecido como Mão Negra, organização nacionalista da Sérvia fundada por militares e por ex-militares do país.
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Após o atentado, diversas pessoas foram condenadas pelas autoridades austro-húngaras por participação direta ou indireta.
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Gavrilo Princip foi condenado a 20 anos de prisão, falecendo no cárcere em 1918.
Antecedentes do Atentado de Sarajevo
Em 1908, a Áustria-Hungria ocupou militarmente a região da Bósnia-Herzegovina, o que gerou protestos da Sérvia, que considerava a região como parte do seu território e como terra dos povos eslavos. A Sérvia exigiu da Áustria-Hungria territórios bósnios, o que foi recusado pelos austríacos.
A Rússia passou a apoiar as reivindicações sérvias, e a Alemanha declarou apoio ao governo da Áustria-Hungria. Esta última ameaçou invadir a Sérvia caso o país se recusasse a aceitar o controle austríacos da Bósnia. A Rússia, sem ter a garantia do apoio francês em uma possível guerra contra a Áustria-Hungria e a Alemanha, cedeu, aceitando o domínio austro-húngaro na Bósnia.
A Crise da Bósnia de 1908 terminou sem que as potências europeias entrassem em guerra, mas deixou ressentimentos na Sérvia e na Rússia e foi um dos principais motivos do Atentado de Sarajevo.
Causas do Atentado de Sarajevo
No final do século XIX e no início do XX, o pan-eslavismo se fortaleceu no Leste Europeu e nos Balcãs. Esse movimento político e ideológico, apoiado pela Rússia, pretendia unir todos os eslavos da Europa, criando Estados-nações para eles.
No início do século XX, diversos movimentos pan-eslavistas foram criados nos Balcãs. Em 1901, foi fundada na Sérvia a “União ou Morte”, organização popularmente conhecida como Mão Negra. Essa entidade secreta, que buscava unir todos os eslavos dos Balcãs em uma nação, foi fundada por militares e por ex-militares sérvios. Na época de sua fundação, a Sérvia era governada por Alexandre I da Sérvia, monarca alinhado à Áustria-Hungria.
Na noite de 10 de maio de 1903, ocorreu o Golpe de Maio, golpe militar no qual o monarca Alexandre I, sua esposa e diversos ministros foram assassinados. Após o golpe, Pedro I foi nomeado monarca da Sérvia. Pedro I era alinhado politicamente à Rússia e à França e também recebeu apoio da cúpula militar sérvia.
Após a anexação da Bósnia e Herzegovina pelas tropas da Áustria-Hungria, em 1908, os movimentos pan-eslavistas da Sérvia, entre eles o Mão Negra, passaram a considerar a Áustria e os seus governantes, os Habsburgos, como os seus principais inimigos.
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Planejamento e preliminares do Atentado de Sarajevo
Um estudante e militante sérvio de 19 anos à época, Gavrilo Princip viu em um jornal a notícia de que o herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando, visitaria Sarajevo e passou a arregimentar colaboradores para praticar um atentado contra ele. Princip convidou três amigos para o atentado, Nedeljko Cabrinovic, Trifko Grabez e Danilo Ilic. Danilo Ilic convidou Vaso Cubrinovic e Cvjetko Popovic para também participarem do atentado.
Para a organização do atentado, a participação de Vojislav Tankosic, major do exército sérvio, foi de fundamental importância. Ele era membro da Mão de Negra e foi acusado pelas autoridades da Áustria-Hungria de ter sido o responsável por armar os autores do atentado através de Nedeljko Cabrinovic. Ele também foi acusado de treinar Gravilo Princip quando este estava na Sérvia.
Como foi o Atentado de Sarajevo?
→ Assassinato de Francisco Ferdinando no Atentado de Saravejo
Participaram diretamente do Atentado de Sarajevo seis terroristas, que estavam armados com granadas, com bombas, com pistolas e com capsulas de veneno (para cometerem suicídio após o ataque).
Francisco Ferdinando e sua esposa Sofia deixaram o quartel de Sarajevo por volta das dez horas da manhã e partiram em uma carreata composta por seis carros rumo à Câmara Municipal, onde o arquiduque seria homenageado pelo prefeito de Sarajevo.
O carro de Francisco Ferdinando era o segundo no cortejo e estava com a capota aberta. A carreata seguiu pela avenida Appel Quay, onde diversos prédios estavam enfeitados para receber o arquiduque e uma multidão ocupava as calçadas para ver sua passagem. Foi na avenida Appel Quay que a comitiva passou pelo primeiro terrorista, Mehmedbasic, que ficou paralisado e nada fez.
Alguns metros à frente, Nedeljko Cabrinovic retirou do seu bolso uma granada e a atirou em direção ao carro onde estava o arquiduque. A granada atirada por Nedeljko Cabrinovic não acertou o alvo, explodindo atrás do carro-alvo e ferindo cerca de uma dúzia de pessoas, a maioria espectadores. Cabrinovic tomou o cianeto e se jogou no rio ao lado da Appel Quay, mas o veneno provocou nele apenas sintomas leves, e ele acabou sendo capturado rapidamente.
Após o primeiro ataque, todos os veículos foram para a Câmara Municipal, onde fizeram uma pausa e resolveram continuar com a agenda do dia. Gavrilo Princip saiu da Appel Quay e foi até a rua Franz Joseph, onde comprou um lanche e encontrou um conhecido com quem ficou conversando.
A carreata de Francisco Ferdinando novamente se deslocou pela Appel Quays quando o motorista do primeiro carro cometeu um erro no trajeto e virou na rua Franz Jospeh. Percebendo o erro, ele parou para manobrar o carro, fazendo com que o motorista do carro de Francisco Ferdinando parasse ao lado de Gavrilo Princip. Gavrilo Princip, percebendo a oportunidade, retirou sua pistola da cintura e disparou dois tiros, acertando Francisco Ferdinando no pescoço e Sofia no tórax. Os dois faleceram em poucos minutos.
Gavrilo Princip tomou o cianeto, mas ele não fez efeito. Ele foi capturado por pessoas próximas e em seguida entregue às autoridades.
Condenações pós-Atentado de Sarajevo
Após o Atentado de Sarajevo, diversas pessoas foram presas pelas autoridades austro-húngaras acusadas de alta traição e de dois homicídios. Os julgamentos dos envolvidos no atentado ocorreram em outubro de 1914 e foram conduzidos pelos austríacos, que neste momento já lutavam na Primeira Guerra Mundial contra os sérvios e os russos.
Gravilo Princip e os outros envolvidos afirmaram em julgamento que o ato foi planejado e executado de forma autônoma, sem a participação do Estado sérvio. Gavrilo Princip afirmou que o objetivo do atentado era o de unir os eslavos do sul e, dessa forma, iniciar o processo que culminaria com a fundação de um Estado eslavo na região.
Gavrilo Princip foi condenado a 20 anos de prisão por ter menos de 20 anos na época do atentado, mas faleceu em abril de 1918, na prisão, de tuberculose. Veljko Cabrinovic, o terrorista que atirou a granada contra Francisco Ferdinando, foi condenado à morte, sendo enforcado em 1916. Mehmedbasic, o terrorista pelo qual a comitiva de Francisco Ferdinando passou e ele nada fez, conseguiu fugir. Após o fim da Primeira Guerra Mundial ele foi perdoado por Alexandre, rei da Sérvia e da Croácia. Misko Jovanovic, acusado de ser um dos mentores do atentado e de ter fornecido a maior parte das armas utilizadas nele também foi condenado à morte, sendo enforcado em 1915.
Consequências do Atentado de Sarajevo
A grande consequência do Atentado de Sarajevo foi o início da Primeira Guerra Mundial. O assassinato de Franscisco Ferdinando e de sua esposa provocou uma crise diplomática entre a Sérvia e a Áustria-Hungria que durou um mês até que, em 28 de julho de 1914, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia, data inicial da Primeira Guerra Mundial.
No início do século XX, os impérios europeus passaram por rápida industrialização, o que fez com que eles buscassem fontes de matéria-prima, energia e mercados consumidores fora dos seus territórios, levando a atritos entre as nações europeias por colônias na África e na Ásia.
No período, houve uma corrida armamentista, com novas tecnologias bélicas sendo desenvolvidas e a ampliação das forças armadas. Também houve uma política de alianças, em que, de um lado, se uniram Rússia, Reino Unido e França e, do outro, Áustria-Hungria, Império Alemão e Império Turco-Otomano.
Após o Atentado de Sarajevo, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia, que era aliada da Rússia, o que fez com que ela entrasse na guerra. A entrada da Rússia levou à entrada da Alemanha e de diversos outros países no conflito. Por esse motivo, o Atentado de Sarajevo é considerado o estopim da Primeira Guerra Mundial.
Outra consequência do Atentado de Sarajevo foi uma série de ataques contra populações sérvias praticadas por austríacos e húngaros, principalmente na Bósnia-Herzegovina e na Croácia. As perseguições contra os sérvios se encerraram com o fim do conflito mundial em 1918.
Crédito de imagem
Fontes
GILBERT, Martin. A Primeira Guerra Mundial. Casa da Palavra, São Paulo, 2017.
JANOTTI, Maria de Lourdes. A Primeira Grande Guerra – O confronto de imperialismo. Editora Atual, Santos, 2002.
SONDHAUS, Lawrence. A Primeira Guerra mundial – História completa. Editora Contexto, São Paulo, 2010.