Zigurate

Zigurate é uma antiga estrutura arquitetônica formada por camadas escalonadas, com uma base retangular e uma ou mais torres em seu topo, típica da Mesopotâmia.
Zigurate de Ur no atual Iraque.
Zigurate de Ur no atual Iraque.
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Zigurate é uma antiga estrutura arquitetônica da Mesopotâmia, reconhecidas por suas plataformas escalonadas e torres no topo, servindo como centros de culto religioso, administração política e observação astronômica. Enquanto as pirâmides egípcias eram túmulos para faraós, os zigurates tinham múltiplas funções, incluindo rituais religiosos e atividades administrativas.

O Zigurate de Ur, construído em torno de 2100 a.C., é um exemplo notável, dedicado ao deus da lua. Embora a história da Torre de Babel, mencionada na Bíblia, seja frequentemente associada aos zigurates, não há uma conexão direta.

Leia também: Pirâmides de Gizé — como e por que foram construídas?

Resumo sobre zigurate

  • Zigurates são estruturas antigas da Mesopotâmia, com plataformas escalonadas e torres, usadas para culto religioso e administração política.
  • Os zigurates tinham múltiplas funções, incluindo adoração aos deuses, administração política e observação astronômica.
  • As características distintivas de um zigurate incluem uma base retangular ampla, plataformas elevadas em camadas e torres no topo.
  • Zigurates e pirâmides diferem em forma, função e contexto cultural, com as pirâmides egípcias servindo como túmulos para faraós, enquanto os zigurates eram locais de culto religioso e administração política.
  • A Torre de Babel, mencionada na Bíblia, é uma história sobre a dispersão da humanidade e não tem ligação direta com zigurates específicos.
  • Os zigurates têm uma história antiga na Mesopotâmia, com exemplos notáveis como o Zigurate de Ur, construído por volta de 2100 a.C. e dedicado ao deus da lua.

O que é um zigurate?

Um zigurate é uma estrutura arquitetônica antiga, tipicamente associada à Mesopotâmia, que se destaca por sua forma distintiva de plataforma elevada em camadas, geralmente com uma base retangular e uma ou mais torres em seu topo. Essas construções eram um elemento central das cidades mesopotâmicas antigas e serviam como locais de culto religioso, administração e observação astronômica.

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Qual a função de um zigurate?

Os zigurates tinham diversas funções, sendo as principais relacionadas à religião e ao culto aos deuses. Eles eram vistos como pontos de contato entre os reinos celestial e terreno, e muitas vezes eram considerados residência dos deuses ou locais onde a divindade poderia descer à Terra. Como resultado, eram frequentemente dedicados a uma divindade específica, sendo locais de adoração e rituais religiosos.

Além disso, os zigurates também tinham funções práticas. Eles serviam como centros administrativos e políticos, onde as atividades relacionadas ao governo e à burocracia eram conduzidas. Sua localização elevada fornecia uma vantagem estratégica, permitindo observar os arredores e monitorar possíveis ameaças. Também se acredita que tenham sido usados para observações astronômicas, com as torres superiores sendo utilizadas como observatórios para estudar o movimento dos corpos celestes.

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Características de um zigurate

Os zigurates compartilham várias características distintivas que os diferenciam de outras estruturas arquitetônicas da Antiguidade. Sua forma mais reconhecível é a de uma plataforma elevada em camadas, que muitas vezes é acessada por uma rampa ou escadaria. A base costuma ser retangular e ampla, proporcionando uma base sólida para a estrutura.

Modelo de um zigurate iraniano.
Modelo de um zigurate iraniano.

À medida que a plataforma se eleva, cada camada é menor que a anterior, criando uma forma escalonada que culmina em uma ou mais torres no topo. Essas torres podem variar em número e forma, mas geralmente eram construídas em um estilo mastaba, com paredes inclinadas e uma pequena capela ou santuário no topo.

A construção dos zigurates era geralmente realizada com tijolos de barro secados ao sol, e muitas vezes eram decorados com relevos e inscrições que retratavam cenas religiosas, mitológicas ou históricas.

Inscrições nas paredes do zigurate elamita de Chogha Zanbil, no Irã.
Inscrições nas paredes do zigurate elamita de Chogha Zanbil, no Irã.

Qual a diferença entre zigurate e pirâmide?

Embora os zigurates e as pirâmides sejam ambos exemplos de arquitetura monumental da Antiguidade, eles apresentam diferenças significativas em termos de forma, função e contexto cultural.

As pirâmides, mais comumente associadas ao Antigo Egito, têm uma forma distintivamente triangular, com quatro lados que convergem para um ponto central. Elas serviam como túmulos para os faraós e eram projetadas para preservar e proteger seus corpos e bens no além. Além disso, as pirâmides eram parte integrante das complexas crenças religiosas egípcias, que enfatizavam a vida após a morte e a ressurreição do faraó como um deus.

Por outro lado, os zigurates eram encontrados principalmente na Mesopotâmia e tinham uma forma mais escalonada, com várias camadas de plataforma que culminavam em torres no topo. Eles eram usados como centros de culto religioso e administração política, e sua construção e significado estão profundamente enraizados na religião e na mitologia mesopotâmica.

Enquanto as pirâmides egípcias eram construídas como túmulos, os zigurates eram usados como locais de culto e adoração ativa, onde rituais religiosos eram realizados regularmente. Além disso, os zigurates eram muitas vezes parte de complexos de templos maiores, com várias estruturas circundantes dedicadas a atividades religiosas e administrativas.

A Torre de Babel era um zigurate?

A Torre de Babel é uma história bíblica encontrada no Livro do Gênesis, no Antigo Testamento. Segundo o relato, os descendentes de Noé, que falavam uma única língua, começaram a construir uma torre na planície de Sinear, na antiga Mesopotâmia, com a intenção de chegar ao céu. No entanto, Deus desceu e confundiu sua língua, fazendo com que falassem línguas diferentes e se dispersassem pela Terra.

Embora a história da Torre de Babel seja frequentemente associada aos zigurates, não há evidências diretas de que se refira a uma estrutura específica. Em vez disso, muitos estudiosos veem a história como uma alegoria sobre a arrogância humana e a consequente dispersão da humanidade. Para saber mais sobre a Torre de Babel, clique aqui.

História dos zigurates

Os zigurates têm uma longa história que remonta ao início da civilização mesopotâmica, por volta do quarto milênio a.C. Eles eram uma característica proeminente das cidades antigas da Mesopotâmia, como Ur, Uruk e Babilônia, e desempenhavam papéis importantes na religião, política e cultura da região.

Um dos zigurates mais famosos é o Zigurate de Ur, localizado na antiga cidade de Ur, no sul da Mesopotâmia, no que é hoje o Iraque. Esse zigurate em particular foi construído durante o período neosumeriano, por volta de 2100 a.C., e era dedicado ao deus da lua Nanna. Ele tinha uma forma escalonada e uma torre no topo, que servia como local de adoração e observatório astronômico.

O Zigurate de Ur foi descoberto no século XIX por arqueólogos britânicos e desde então tem sido objeto de estudo e escavação. Suas ruínas forneceram insights importantes sobre a arquitetura e a religião da antiga Mesopotâmia e ajudaram a ampliar nossa compreensão da história da região.

Saiba mais: Como era o processo de mumificação no Egito Antigo?

Curiosidades sobre zigurate

  • Embora os zigurates sejam mais comumente associados à Mesopotâmia, estruturas semelhantes foram encontradas em outras partes do mundo, como o Ziggurat de Chogha Zanbil, no Irã, e o Grande Zigurate de Urartu, na Armênia.
Ziggurat de Chogha Zanbil.
Ziggurat de Chogha Zanbil.[1]
  • Alguns estudiosos acreditam que os zigurates podem ter influenciado a concepção das torres em espiral encontradas em algumas igrejas medievais europeias.
  • O Zigurate de Ur inspirou o poema épico "Enûma Eliš", uma das mais importantes obras literárias da antiga Mesopotâmia, que narra a criação do mundo e a ascensão de Marduk como o deus supremo.
  • Apesar de sua associação com a religião e a espiritualidade, os zigurates também desempenhavam papéis práticos na vida cotidiana, servindo como pontos de referência e locais de reunião comunitária.
  • Muitos zigurates foram parcialmente ou completamente destruídos ao longo dos milênios, seja por desastres naturais, como terremotos, ou por ação humana, como guerras e pilhagens. No entanto, alguns ainda permanecem em pé, testemunhando a grandiosidade e a durabilidade da arquitetura mesopotâmica.

Créditos da imagem

[1] Wikimedia Commons

Fontes

REDE, Marcelo. A Mesopotâmia. Saraiva: 2008

LIVERANI, Mario. O Antigo Oriente Próximo. EDUSP: 2015

Por Tiago Soares Campos