Napoleão Bonaparte

Napoleão Bonaparte foi um renomado general francês que ganhou fama devido às suas vitórias no campo de batalha e por seu período no governo da França.

Napoleão Bonaparte foi um militar francês que viu sua carreira ascender meteoricamente pelos seus feitos militares realizados contra os inimigos de seu país, no período da Revolução Francesa.  Tornou-se uma personalidade importante na França e chegou ao poder por meio de um golpe conhecido como Golpe de 18 de Brumário.

Como governante da França, Napoleão foi primeiro cônsul, cônsul vitalício e imperador. Ele expandiu as fronteiras francesas e travou uma longa e dura guerra contra os ingleses. Enfraquecido depois do fracasso na Rússia, Napoleão foi derrotado definitivamente em Waterloo e morreu exilado na ilha de Santa Helena.

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Nascimento e juventude de Napoleão Bonaparte

Napoleão Bonaparte nasceu em Ajaccio, na ilha de Córsega, e tornou-se um dos nomes mais importantes da história francesa.

Napoleão Bonaparte nasceu na cidade de Ajaccio, localizada na ilha de Córsega, no dia 15 de agosto de 1769. O pai de Napoleão era um advogado chamado Carlo Maria Bonaparte, e sua mãe  chamava-se Maria Letícia Ramolino. Os pais de Napoleão eram descendentes de famílias nobres da Itália (a ilha de Córsega pertenceu à Itália até o ano de 1768). Napoleão teve nove irmãos (dois morreram na infância)

As origens italianas da família de Napoleão fez com que seu nome, a princípio, fosse grafado como Napoleone di Buonaparte. Para facilitar sua assimilação na sociedade francesa, anos depois, Napoleão adotou a forma francesa de escrever: Napoleón Bonaparte.

A posição social da família de Napoleão permitiu que ele tivesse acesso a uma boa educação, sendo matriculado inicialmente em uma escola religiosa e posteriormente tendo ingressado em um colégio militar em Brienne-le-Château. Em 1784, ele entrou na Escola Militar de Paris e lá teve de concluir seus estudos em um ano por conta da morte de seu pai.

Carreira militar de Napoleão Bonaparte

Logo depois de se formar na Escola Militar de Paris, Napoleão recebeu a patente de segundo-tenente e foi lotado em um regimento no norte da França. Antes do início da Revolução Francesa, ele ainda foi lotado em dois diferentes regimentos. Na verdade, até 1792, Napoleão ficou entre idas e vindas da ilha de Córsega por estar envolvido em assuntos revolucionários de lá.

Os assuntos em que Napoleão estava envolvido tinham relação com o movimento revolucionário de Córsega, que queria autonomia e menos controle do governo francês na ilha. Com a revolução, Napoleão foi promovido a capitão em 1792 e começou a manifestar posições favoráveis aos jacobinos, um dos grupos que conduziam a revolução no país.

Ainda em 1792, Napoleão aproximou-se de Augustin Robespierre, irmão de Maximilien Robespierre, o líder dos jacobinos. No ano seguinte, 1793, Napoleão conseguiu ser nomeado como comandante da artilharia de um batalhão que atacou Toulon, uma cidade que tinha se rebelado contra o governo de Robespierre.

Napoleão liderou esse ataque e teve grande sucesso conseguindo conquistar a cidade, fazendo com que seu nome fosse bem-visto pelos jacobinos em geral. Ele ainda garantiu uma promoção para general de brigada e foi nomeado para comandar a artilharia de um batalhão que estava na Itália. Napoleão ainda teve uma pequena participação nas batalhas contra a Primeira Coalizão.

Em 1794, aconteceu a Reação Termidoriana, um golpe realizado pelos girondinos contra os jacobinos. Os girondinos rebelaram-se, tomaram o poder na França e voltaram-se contra as lideranças jacobinas como vingança pela perseguição praticada durante o Terror. A proximidade de Napoleão com os jacobinos fez com que ele fosse preso em Nice.

A prisão de Napoleão durou pouco tempo e duas semanas depois ele tinha sido solto. A razão por trás disso é que as habilidades militares de Napoleão eram valiosas demais para a França naquele momento. Napoleão foi convidado a planejar um ataque na guerra travada contra os austríacos. No final de 1795, a situação dele deu uma reviravolta pelos acontecimentos em Paris.

Em outubro de 1795, uma revolta de monarquistas eclodiu em Paris, e um dos mais destacados girondinos, Paul Barras, convidou Napoleão para liderar as tropas que faziam a proteção do Palácio de Tulherias. Napoleão foi responsável por controlar a revolta monarquista, matando milhares deles e garantindo a estabilidade e segurança da Convenção.

Napoleão ganhou prestígio depois disso e conquistou uma promoção, tornando-se comandante do Exército do Interior, e chegou ao comando de uma tropa que estava instalada na Itália. Os novos cargos permitiram que Napoleão tivesse acesso a assuntos políticos importantes.

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Ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder

Os sucessos militares tornaram Napoleão uma personalidade conhecida na França e possibilitaram sua subida ao poder.

Em 1796, a ascensão de Napoleão Bonaparte foi meteórica. Os feitos militares do francês permitiram que ele se tornasse uma personalidade conhecida em toda a França e fosse cogitada por muitos para governar a nação.

Nesse mesmo ano, ele assumiu o Exército da Itália, uma tropa francesa instalada na Península Itálica, e transformou-o em uma grande força, fazendo com que esse exército conquistasse muitas vitórias em batalhas contra tropas austríacas. As vitórias de Napoleão contra a Áustria forçou a liderança da Primeira Coalizão a procurar negociar a paz com os franceses.

As negociações resultaram no Tratado de Leoben, assinado em abril de 1797, e nele o imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Francisco II, decidiu ceder os Países Baixos Austríacos e a Lombardia para os franceses. Quando Napoleão retornou à França, foi recebido como herói pelos feitos no campo de batalha.

Politicamente, Napoleão Bonaparte tornava-se uma figura influente no país e ele próprio fazia questão de aumentar a sua influência na política. Ele inclusive, fundou dois jornais na França, e as publicações garantiram publicidade da personalidade dele.   O crescimento da influência de Napoleão chegou a chamar atenção do Diretório, a instituição que governava a França.

Em 1798, Napoleão decidiu ir para o Egito, inaugurando uma campanha militar que tinha como objetivo prejudicar os interesses comerciais da Inglaterra no Egito, Oriente Médio e Índia. No geral, as campanhas de Napoleão no Egito e na Síria foram fracassadas, porque ele não conseguiu desalojar o grande inimigo da França, a Inglaterra, e nem manter contato com a Índia, no intuito de oferecer uma aliança contra os ingleses.

No entanto, a presença francesa no Egito tornou-se muito conhecida pela conquista de Alexandria e pelo incentivo ao estudo da Antiguidade Egípcia, que foi dado por Napoleão Bonaparte. Uma comissão com mais de 100 cientistas chegou a ser formada para estudar todos os artefatos egípcios que eram encontrados. Uma das descobertas mais importantes desse período foi a Pedra de Roseta, a peça que permitiu a decifração dos hieróglifos.

Consulado

No final da década de 1790, a situação na França seguia tensa, e o país vivia a instabilidade pelo ciclo revolucionário que se estendia por dez anos. A economia e a política do país oscilavam bastante, socialmente o país ainda estava agitado, e a soberania francesa ainda corria o risco de uma invasão das coalizões estrangeiras. Por causa disso, começou a ganhar força na França a ideia da instalação de um governo autoritário com uma liderança forte que tomasse o controle do país.

Napoleão passou a ser cogitado como o homem para isso e então ele deixou suas tropas no Egito e foi para a França planejar um golpe de Estado. Napoleão era apoiado tanto pela burguesia, como pelo povo graças à imagem de herói que ele construiu. O golpe aconteceu em novembro de 1799, ficando conhecido como Golpe de 18 de Brumário.

O Diretório foi substituído por uma nova instituição política chamada Consulado, e o governo da França seria liderado por três cônsules entre os quais Napoleão foi nomeado para ser o primeiro cônsul e, portanto, a figura mais poderosa do novo governo francês. O governo de Napoleão Bonaparte foi autoritário, mas conseguiu resolver problemas pontuais da França.

Napoleão usou da censura para perseguir seus opositores, promoveu a paz com as nações que estavam em guerra contra a França, criou um novo sistema de impostos e inaugurou o Banco da França, o órgão responsável pela emissão de dinheiro no país. Esse banco também foi responsável por conseguir controlar a inflação na França.

Napoleão ainda promoveu reformas em áreas como segurança e educação, obtendo bons resultados. Ele também reconciliou a França com a Igreja Católica, mas a manteve sob controle do Estado e montou uma equipe que criou um novo código de leis para a França. O saldo dessas reformas foi positivo e Napoleão ganhou apoio.

Império Napoleônico

Com mais prestígio, Napoleão almejou ampliar os seus poderes e ,em 1802, tornou-se cônsul vitalício e, em 1804, conseguiu a transformação da França de uma república para um império, o que resultou na sua coroação como imperador da França. A cerimônia de coroação de Napoleão aconteceu na Catedral de Notre-Dame, em Paris.

A ampliação dos poderes de Napoleão chamou a atenção da Inglaterra e uma nova coalizão foi formada contra a França. Enquanto os inimigos da França prepararam-se para uma nova guerra, Napoleão também investia no fortalecimento do exército francês com o objetivo de ampliar o poderio da França pela Europa.

Antes mesmo da coroação de Napoleão, os ingleses já tinham declarado guerra contra a França. Os ingleses contaram com o apoio da Prússia, Rússia e Áustria, mas as tropas francesas mostraram-se muito poderosas em terra. As tropas napoleônicas foram, inclusive, as responsáveis por derrotar tropas russas e austríacas em Austerlitz. Essa batalha colocou fim ao Sacro Império Romano-Germânico.

Por mar, no entanto, as tropas napoleônicas foram derrotadas em Trafalgar, no ano de 1805, criando um cenário em que os franceses não tinham poderio para invadir o território dos britânicos. A saída encontrada por Napoleão foi de impor um bloqueio econômico contra a Inglaterra proibindo todas as nações da Europa de manterem qualquer tipo de atividade comercial com os ingleses. Essa proibição ficou conhecida como Bloqueio Continental.

Aqueles que não obedecessem às ordens francesas, seriam militarmente invadidos, e Portugal foi uma dessas nações. A recusa portuguesa em aderir ao bloqueio levou tropas francesas a invadirem o país, em 1807, forçando a família real portuguesa a fugir de Lisboa em direção ao Brasil.

Em 1812, Napoleão decidiu invadir a Rússia, depois de os russos quebrarem o Bloqueio Continental. Napoleão organizou uma tropa com 600 mil soldados que avançaram até Moscou sem muitos obstáculos. No entanto, o precário sistema de distribuição de suprimentos das tropas francesas, somado à dureza das condições encontradas na Rússia resultaram em uma derrota acachapante para Napoleão.

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Governo dos Cem Dias

A derrota na Rússia enfraqueceu as tropas francesas e desmoralizou Napoleão. Os territórios ocupados pela França no continente europeu começaram a rebelar-se até que uma nova coalizão fosse formada. Tropas austríacas, prussianas e russas invadiram o território francês, em 1814, forçando Napoleão a render-se.

Ele entregou o poder em troca de uma pensão anual e de exílio na ilha de Elba. A monarquia foi restaurada na França, e o poder entregue a Luís XVIII, mas Napoleão decidiu conspirar contra a monarquia, porque ele não estava recebendo a pensão que havia exigido. Ele retornou secretamente à França, mobilizou tropas leais e reconquistou Paris, inaugurando o Governo de Cem Dias.

Em 18 de junho de 1815, aconteceu a Batalha de Waterloo, a batalha decisiva da vida de Napoleão, e tropas francesas enfrentaram uma aliança formada por tropas inglesas, prussianas, holandesas entre outras, e o resultado foi a derrota definitiva de Napoleão e o fim de sua carreira política.

Últimos anos de Napoleão Bonaparte

A ilha de Santa Helena foi o último exílio de Napoleão e o local onde ele faleceu em 1821.

Depois de sua derrota definitiva, a monarquia na França foi novamente reintroduzida, e as grandes nações europeias, destacando-se, Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia reuniram-se no Congresso de Viena com o objetivo de reorganizar o mapa europeu e de criar medidas que reforçassem o poderio do absolutismo na Europa.

Napoleão Bonaparte foi exilado na distante ilha de Santa Helena, localizada no Oceano Atlântico, próximo à costa do continente africano. Napoleão passou os últimos anos de sua vida nessa pequena ilha, que ficou sob intensa vigilância dos ingleses. A saúde de Napoleão deteriorou-se por conta de um câncer no estômago e ele faleceu no dia 5 de maio de 1821.

Por Daniel Neves Silva