Fidel Castro era filho de um espanhol proprietário de plantação de cana-de-açúcar que se formou em Direito em 1950. Sua trajetória revolucionária iniciou-se quando ele decidiu lutar pela derrubada da ditadura de Fulgência Batista na década de 1950. Chegou a ser preso pelo ataque ao Quartel Moncada, mas foi anistiado em 1955.
Tornou-se o líder da Revolução Cubana e liderou uma guerrilha que forçou a expulsão de Fulgêncio Batista do território cubano. Foi governante cubano por 49 anos, período em que teve de enfrentar uma das nações mais poderosas do mundo: os Estados Unidos. Problemas de saúde forçaram-no a afastar-se da política em 2008, e seu falecimento aconteceu em 2016.
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Juventude
Fidel Alejandro Castro Ruz nasceu no dia 13 de agosto de 1926, em Birán, onde seu pai detinha terras de plantação de cana-de-açúcar. Seu nome foi oficializado em registro realizado em 1941, mas, antes disso, o nome de Fidel teve duas versões: Fidel Hipólito Ruz González, até 1938, e Fidel Casiano Ruz Gonzaléz, até 1941.
O pai de Fidel Castro chamava-se Ángel Castro y Argiz, um espanhol que se mudou para Cuba, durante a Guerra Hispano-Americana, e lá prosperou cultivando cana-de-açúcar. Sua mãe tinha sido empregada doméstica da casa da Ángel e chamava-se Lina Ruz González. Fidel e seus seis irmãos foram fruto desse relacionamento extraconjugal de Ángel com Lina, que posteriormente foi oficializado.
Como o pai de Fidel era dono de muitas terras em Birán, a condição financeira da família era muito boa, e Fidel teve a possibilidade de estudar em boas escolas. Com seis anos de idade, ele foi enviado para Santiago de Cuba, local onde iniciou seus estudos. Nessa cidade, Fidel Castro estudou em dois colégios: La Salle e Dolores.
Depois ele se mudou para Havana, a capital cubana, e lá ingressou em um colégio jesuítico que era exclusivo a um grupo de famílias ricas que tinham condições de pagá-lo.
Trajetória revolucionária
Podemos dizer que o Fidel revolucionário começou a desenvolver-se no período que ele ingressou na Universidade de Havana para fazer o curso de Direito. Foi nessa instituição que ele teve acesso a ideais revolucionários, realizando leituras que até então não conhecia e aproximando-se de figuras que faziam parte da política cubana.
Na Universidade de Havana, Fidel foi um aluno ativo, envolvendo-se com muitas atividades universitárias. Lá também ele se engajou com um grupo chamado Legião do Caribe. Esse grupo lutava pela derrubada de regimes ditatoriais na América Central e no Caribe. Ele participou de uma ação que planejava invadir a República Dominicana para depor Rafael Trujillo, mas fracassou e precisou nadar por quilômetros para que não fosse preso.
Em 1948, ele ainda participou de uma revolta urbana que aconteceu em Bogotá, na Colômbia, abrigando-se na embaixada cubana para evitar sua prisão. Depois desses eventos, ele decidiu concentrar sua atenção no curso, formando-se em Direito em 1950. Logo após isso, Fidel Castro manteve por um tempo um escritório de advocacia.
Desde os tempos de faculdade, Fidel Castro tinha uma aproximação com o Partido do Povo Cubano, um partido progressista de caráter nacionalista. Sua realção com esse partido fez com que ele decidisse entrar na política cubana, lançando sua candidatura ao Congresso cubano como deputado. No entanto, seus planos políticos foram frustrados porque a eleição que ele disputaria em 1952 foi cancelada depois que Fulgêncio Batista realizou um golpe militar em Cuba.
Luta contra Fulgêncio
Depois do golpe militar, Fidel Castro decidiu combater Fulgêncio Batista por justiça, afinal, o golpe realizado por Batista era ilegal do ponto de vista constitucional. Como não obteve sucesso nessa empreitada, decidiu ingressar na luta armada contra o ditador cubano. Ele formou um grupo rebelde, adquiriu armas e preparou-se para lançar um ataque.
O local escolhido foi o Quartel Moncada, que ficava em Santiago de Cuba. O objetivo era invadir o quartel e usá-lo como base para lutar contra o governo de Batista. O ataque aconteceu em 26 de julho de 1953, mas acabou sendo um fracasso, principalmente pela inexperiência de Fidel e de seus seguidores em realizar uma ação militar do tipo.
Muitos dos que participaram do ataque foram mortos, e Fidel e outros foram presos. Fidel Castro foi julgado por liderar o ataque e fez sua autodefesa. A sentença foi emitida ainda naquele ano (1953) e determinou que ele ficaria 15 anos preso. No entanto, em 1955, ele recebeu anistia de Cuba e fugiu da ilha temendo por sua vida.
Revolução Cubana
Fidel Castro fugiu de Cuba e estabeleceu-se no México, local onde o seu irmão, Raúl Castro, aguardava-o. Lá ele e outros cubanos reorganizaram um grupo que retornaria para a ilha caribenha para prosseguir na luta contra Fulgêncio Batista. Para isso eles contaram com as doações de cubanos que estavam nos Estados Unidos e dos que permaneceram na ilha.
O grupo formado nesse contexto ficou conhecido como Movimento Revolucionário 26 de Julho. No México, companheiros cubanos apresentaram Che Guevara a Fidel. Che Guevara era um médico argentino que estava estabelecido na Guatemala, fugindo de lá quando um golpe militar derrubou o presidente guatemalteco em 1954. Che tornou-se um dos grandes companheiros de Fidel na luta contra o governo de Batista.
Os rebeldes cubanos adquiriram um iate chamado Granma e decidiram retornar a Cuba em novembro de 1956. Lá eles seriam recebidos por companheiros que participavam da luta contra Fulgêncio Batista. No entanto, o iate estava em condições ruins, e Fidel e seus companheiros acabaram atrasando-se, com sua chegada acontecendo dois dias depois do previsto. Quando chegaram, caíram em uma emboscada do exército cubano.
Grande parte dos homens de Fidel foi morta nessa emboscada, mas Fidel, Raúl e Che Guevara conseguiram fugir em grupos separados. Todos eles se encaminharam para a Sierra Maestra, região montanhosa em Cuba. Lá eles foram auxiliados pela população camponesa e reestruturaram a guerrilha que lutou por dois anos contra o governo cubano.
Em 1959, a guerrilha liderada por Fidel conseguiu deixar o ditador cubano em posição desconfortável, e, em 1º de janeiro de 1959, ele fugiu para a República Dominicana. Fidel Castro entrou nas ruas de Havana em 8 de janeiro e foi saudado como um herói pela população da capital. Para saber mais sobre esse importante evento histórico da América Latina, leia: Revolução Cubana.
Governante de Cuba
Ainda em 1959, Fidel Castro assumiu sua primeira posição de poder em Cuba, sendo nomeado primeiro-ministro em fevereiro. Seguiu nesse cargo até 1976, quando se tornou presidente do país, cargo que manteve até 2008, quando problemas de saúde forçaram-no a retirar-se da vida pública. Fidel Castro, portanto, permaneceu no poder por 49 anos.
Ele teve de enfrentar a forte oposição dos Estados Unidos, país que não ficou satisfeito com a derrubada de Fulgêncio Batista. A insatisfação norte-americana aumentou quando Fidel Castro começou a tomar medidas nacionalistas que visavam garantir os interesses nacionais cubanos. Entre elas estão a lei de reforma agrária e a nacionalização das empresas instaladas no país.
Nos dois casos, empresas norte-americanas foram prejudicadas, e as reações dos Estados Unidos em relação ao governo cubano foram hostis. Os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Cuba e começaram a apoiar movimentos contrarrevolucionários para derrubar Fidel Castro do poder.
O isolamento de Cuba causado pela hostilidade norte-americana fez com que o país se aproximasse da União Soviética, e esse país foi o grande parceiro econômico dos cubanos até 1991. A aliança entre Cuba e URSS ainda gerou um dos momentos mais tensos da história da Guerra Fria: a Crise dos Mísseis de Cuba.
Ao longo dos anos, Fidel Castro foi elogiado e criticado por muitos. Há aqueles que ressaltem os feitos de seu governo, como o desenvolvimento de uma educação e um sistema de saúde de qualidade, enquanto outros ressaltam que Fidel Castro implantou uma ditadura socialista que silenciou e oprimiu o povo cubano.
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Falecimento
Os problemas de saúde do ex-líder cubano acumularam-se a partir do século XXI, e ele ficou impossibilitado de manter-se na política, abandonando suas funções em 2008. Fidel Castro faleceu em 25 de novembro de 2016, e seus restos mortais foram cremados, conforme pedido registrado pelo próprio Fidel. Fidel Castro é considerado hoje um dos grandes heróis da história cubana.
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