A criação do Estado de Israel foi o resultado de um processo longo e complexo que envolveu movimentos políticos, negociações diplomáticas e conflitos. A criação do Estado de Israel ocorreu em 14 de maio de 1948, após a aprovação do plano de partição da ONU, que dividiu a Palestina em dois Estados. A divisão foi aceita pelos judeus e rejeitada pelos árabes, desencadeando a Primeira Guerra Árabe-Israelense.
O contexto histórico desse processo foi influenciado pelo movimento sionista, a perseguição antissemita e o Holocausto, que pressionaram pela criação de um lar seguro para os judeus. Antes de sua formação, Israel era parte do Império Otomano e, posteriormente, do Mandato Britânico, com uma população predominantemente árabe. Geograficamente, Israel está localizado no Oriente Médio, em uma área estratégica no Mediterrâneo, cercada por países árabes e territórios palestinos.
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Resumo sobre a criação do Estado de Israel
- A criação do Estado de Israel foi o resultado de um processo longo e complexo que envolveu movimentos políticos, negociações diplomáticas e conflitos.
- Deu-se em 14 de maio de 1948, após a ONU aprovar a partição da Palestina em dois Estados, com a aceitação dos judeus e a rejeição dos árabes, culminando na Primeira Guerra Árabe-Israelense, que consolidou o novo Estado.
- Seu contexto histórico foi marcado pelo movimento sionista, a perseguição ao povo judeu, especialmente o Holocausto, e o apoio internacional.
- Antes da criação de Israel, o território era parte do Império Otomano e, depois, do Mandato Britânico.
- Israel está localizado no Oriente Médio, na costa do Mar Mediterrâneo, e faz fronteira com Líbano, Síria, Jordânia e Egito, além dos territórios palestinos, sendo uma região de alta importância geopolítica e religiosa.
- Antes da criação de Israel, a Palestina, sob administração otomana e britânica, era habitada por uma maioria árabe e vivia tensões étnicas crescentes devido à imigração judaica e à compra de terras pelos judeus.
- O sionismo é um movimento político surgido, no final do século XIX, com o objetivo de criar um Estado judeu na Palestina. Foi liderado por figuras como Theodor Herzl.
- A criação de Israel gerou consequências como a guerra com os países árabes, o deslocamento de centenas de milhares de palestinos, o surgimento da questão dos refugiados e uma série de guerras que afetaram a geopolítica do Oriente Médio.
Como se deu a criação do Estado de Israel?
A criação do Estado de Israel foi o resultado de um processo longo e complexo que envolveu movimentos políticos, negociações diplomáticas e conflitos. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a partição da Palestina, então sob administração britânica, em dois Estados: um judeu e outro árabe. A decisão foi tomada por meio da Resolução 181 da ONU, que previa a divisão do território entre judeus e árabes, com Jerusalém sob administração internacional.
O plano de partição foi aceito pelos judeus, mas rejeitado pelos países árabes. Em 14 de maio de 1948, o líder judeu David Ben-Gurion declarou a independência do Estado de Israel. No dia seguinte, exércitos de cinco países árabes — Egito, Síria, Transjordânia, Iraque e Líbano — atacaram o recém-formado Estado, dando início à Primeira Guerra Árabe-Israelense. Ao final desse conflito, em 1949, Israel havia ampliado seu território além do que fora estipulado pela ONU, e centenas de milhares de palestinos foram deslocados, dando origem ao que é conhecido como o problema dos refugiados palestinos.
Contexto histórico da criação do Estado de Israel
A criação de Israel está profundamente enraizada no contexto histórico de séculos de perseguição ao povo judeu, especialmente na Europa. O antissemitismo, culminando no Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial, foi um dos principais catalisadores para a legitimação internacional da necessidade de um Estado judeu.
O movimento sionista, que surgiu no final do século XIX, defendia a criação de um Estado judeu na Palestina como forma de assegurar a segurança e o futuro do povo judeu. Após a Primeira Guerra Mundial, a Declaração Balfour de 1917, emitida pelo governo britânico, apoiou a ideia de um “lar nacional” para os judeus na Palestina, o que incentivou a imigração judaica para a região. Com o aumento das tensões entre judeus e árabes locais, o Mandato Britânico sobre a Palestina tornou-se cada vez mais insustentável.
A Segunda Guerra Mundial teve um papel crucial na criação de Israel. O genocídio de seis milhões de judeus no Holocausto fez com que a comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, pressionasse pela criação de um Estado que pudesse servir como refúgio para os sobreviventes. A crescente pressão sobre o Reino Unido e o caos no Oriente Médio levaram à transferência da questão para a ONU, que aprovou o plano de partição, pavimentando o caminho para o nascimento de Israel.
Como era Israel antes da criação do Estado?
Antes da criação do Estado de Israel, a região conhecida como Palestina era parte do Império Otomano até o final da Primeira Guerra Mundial. Após a derrota otomana, o território ficou sob o Mandato Britânico, conferido pela Liga das Nações em 1920. A Palestina era um mosaico cultural e religioso, com uma população composta majoritariamente por árabes muçulmanos, além de cristãos e judeus, embora a presença judaica na região tenha crescido significativamente com a imigração sionista a partir do final do século XIX.
Durante o período do Mandato Britânico, a relação entre árabes e judeus se deteriorou devido às ondas de imigração judaica, incentivadas pelo movimento sionista, e à compra de terras por judeus. Muitos árabes palestinos se sentiram ameaçados pela perda de terras e pela possibilidade de serem minoritários em sua própria terra. Houve vários episódios de violência, como os motins árabes de 1920 e 1929, além da Revolta Árabe de 1936-1939. A administração britânica tentou mediar a situação, mas as tensões étnicas e religiosas tornaram-se incontroláveis, levando à retirada britânica e ao encaminhamento da questão para a ONU.
Localização do Estado de Israel
Israel está localizado no Oriente Médio, na costa leste do Mar Mediterrâneo. O país faz fronteira ao norte com o Líbano, a nordeste com a Síria, a leste com a Jordânia, e ao sudoeste com o Egito. Israel também compartilha fronteiras com os territórios palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
A localização de Israel é estratégica, em uma das regiões historicamente mais disputadas do mundo. A terra que hoje compreende Israel tem sido o centro de numerosas civilizações e impérios ao longo dos milênios, desde os cananeus e filisteus até os impérios romanos e otomanos. Jerusalém, considerada uma cidade sagrada por judeus, cristãos e muçulmanos, está dentro das fronteiras internacionais de Israel, embora seu status continue sendo uma questão altamente sensível e controversa no cenário diplomático global.
Palestina antes da criação do Estado de Israel
Antes da criação de Israel, a Palestina era uma região sob domínio do Império Otomano, e, após a Primeira Guerra Mundial, ficou sob controle britânico. Durante esse período, a população árabe era majoritariamente muçulmana, mas incluía também minorias cristãs e judaicas. A convivência entre essas comunidades era, muitas vezes, pacífica, apesar de episódios de tensão.
No entanto, a crescente imigração de judeus para a região, incentivada pelo movimento sionista e pelas políticas britânicas, começou a alterar a demografia da Palestina, especialmente a partir do final do século XIX. Em algumas áreas, comunidades judaicas e árabes coexistiam, mas, em outras, as tensões sobre terras, recursos e identidade nacional geraram conflitos violentos. O plano de partição da ONU em 1947 foi o ponto culminante dessas tensões, resultando na rejeição árabe e na subsequente guerra que se seguiu à criação do Estado de Israel.
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O que é sionismo?
O sionismo é um movimento político e ideológico que surgiu, no final do século XIX, com o objetivo de estabelecer um Estado judeu independente na Palestina, a terra ancestral dos judeus, conforme registrado na tradição bíblica. O movimento foi uma resposta às crescentes perseguições e ao antissemitismo que afetavam os judeus, especialmente na Europa Oriental e na Rússia. O termo “sionismo” deriva de “Sião”, um dos nomes tradicionais de Jerusalém, e foi popularizado por Theodor Herzl, considerado o fundador do movimento sionista moderno.
Herzl acreditava que a criação de um Estado judeu era a única solução para a questão judaica, ou seja, a discriminação e a perseguição sofridas pelos judeus. Em 1897, ele organizou o Primeiro Congresso Sionista em Basileia, na Suíça, onde foi estabelecido o objetivo formal de criar um lar nacional para o povo judeu na Palestina. Ao longo do século XX, o movimento sionista ganhou força e apoio internacional, especialmente após o Holocausto, quando a necessidade de um refúgio seguro para os judeus se tornou ainda mais evidente.
Consequências da criação do Estado de Israel
A criação do Estado de Israel teve profundas consequências geopolíticas, sociais e humanitárias, que reverberam até os dias atuais. Imediatamente após a declaração de independência, o país foi atacado por uma coalizão de Estados árabes, resultando em um conflito que consolidou as fronteiras iniciais de Israel, mas também causou o deslocamento de centenas de milhares de palestinos, um evento conhecido como a Nakba ou “catástrofe” em árabe. Esses refugiados e seus descendentes continuam a ser uma questão central no conflito israelense-palestino.
Politicamente, a criação de Israel levou a uma série de guerras árabe-israelenses, incluindo os conflitos de 1956, 1967 e 1973. Israel consolidou sua posição no Oriente Médio, mas suas relações com seus vizinhos árabes permaneceram tensas por décadas. No entanto, acordos de paz históricos foram alcançados com o Egito, em 1979, e com a Jordânia, em 1994.
Socialmente, a criação de Israel transformou o Oriente Médio, exacerbando as tensões entre judeus e árabes, e afetou as políticas das grandes potências globais, como os Estados Unidos e a União Soviética, que se envolveram no conflito de maneiras diversas. A questão palestina continua sendo um dos maiores desafios para a paz na região, e a criação de um Estado palestino é vista como uma possível solução para o conflito, embora muitos obstáculos ainda persistam.
Exercícios resolvidos sobre a criação do Estado de Israel
Questão 1
Durante o século XX, o Oriente Médio passou por transformações profundas, entre elas a criação do Estado de Israel em 1948. Com base no contexto apresentado, qual foi o principal motivo para o apoio internacional à criação do Estado de Israel em 1948?
A) O colapso do Império Otomano após a Primeira Guerra Mundial.
B) A forte pressão dos países árabes sobre a ONU para criar dois Estados.
C) O desejo de compensar os judeus pelas perseguições sofridas, especialmente no Holocausto.
D) A necessidade de estabelecer um governo britânico estável na Palestina.
E) O crescimento econômico da região, que atraiu imigrantes judeus e árabes em busca de novas oportunidades.
Resolução:
Alternativa C
O principal motivo para o apoio internacional à criação de Israel foi o impacto do Holocausto, que evidenciou a necessidade de um Estado seguro para os judeus. O genocídio de milhões de judeus pela Alemanha Nazista gerou uma comoção global, fortalecendo o movimento sionista e justificando, aos olhos da comunidade internacional, a criação de um lar nacional para os judeus na Palestina.
Questão 2
O movimento sionista, iniciado no final do século XIX, defendia a criação de um Estado judeu na Palestina, vista como a terra ancestral dos judeus. Dentre os fatores que contribuíram para o surgimento do sionismo no século XIX, qual deles foi o mais diretamente relacionado às condições enfrentadas pelos judeus na Europa?
A) A prosperidade econômica da população judaica na Europa.
B) O desejo de expandir os territórios do Império Otomano.
C) A crescente perseguição antissemita e a necessidade de um Estado seguro para os judeus.
D) O apoio inicial dos árabes à imigração judaica para a Palestina.
E) A rápida modernização dos Estados europeus e o crescimento do nacionalismo árabe.
Resolução:
Alternativa C
O movimento sionista surgiu em resposta ao antissemitismo crescente na Europa, que colocava em risco a vida e os direitos dos judeus. O sionismo buscava criar um Estado seguro onde os judeus pudessem viver sem perseguições.
Crédito de imagem
[1] israeltourism / Alberto Peral / Wikimedia Commons (reprodução)
Fontes
GELVIN, James. Israel X Palestina: 100 anos de conflito. São Paulo: Edipro, 2017.
GOODMAN, Martin. A História do Judaísmo. São Paulo: Crítica, 2020.
VENTURA, Gilberto. O Resgate. São Paulo: Sefer, 2016.