O papiro é uma planta que era encontrada em abundância no Egito e era utilizada na fabricação de diferentes itens, como as folhas de papiro, utilizadas para a escrita. O papiro foi um dos suportes mais utilizados para a escrita na Antiguidade.
Sua produção era longa e necessitava de pessoal qualificado, os escribas. Isso fazia das folhas de papiro mercadorias caras, e por isso os escribas passavam por um longo processo de treinamento. O papiro perdeu espaço com o surgimento do pergaminho, mas foi bastante utilizado até o século XI d.C.
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Resumo sobre papiro
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O papiro é uma planta aquática encontrada em abundância no Egito.
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Era utilizado na fabricação de diferentes itens.
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Para a fabricação das folhas de papiro, os egípcios usavam as hastes da planta.
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Acredita-se que o processo de produção das folhas de papiro tenha surgido por volta de 3000 a.C.
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O papiro perdeu um pouco de influência com o surgimento do pergaminho.
Origem do papiro
Quando se refere ao papiro, o que vem à mente são as folhas de papiro, utilizadas pelos egípcios antigos para escreverem os seus textos. Antes de ser matéria-prima, o papiro já era uma planta muito comum no Egito. Seu nome científico é Cyperus papyrus, e a planta é encontrada em locais pantanosos. Dela se fabricava diferentes produtos, entre os quais estavam: folhas, cordas, cestas, tapetes, sapatos etc.
A palavra papiro deu origem à palavra papel, o meio de escrita que utilizamos atualmente. O nome da planta e das folhas foi atribuído pelos gregos e derivou da palavra egípcia papuro. Apesar disso, os egípcios chamavam a planta de djet, tjufi ou wadj. As folhas de papiro eram chamadas pelos egípcios de djema. Acredita-se que a produção das folhas de papiro tenha sido desenvolvida no Egito, por volta de 3000 a.C.
Produção das folhas do papiro
O Egito foi o grande produtor de papiro na Antiguidade, e isso se deveu pela abundância da planta na região. A partir do momento que os egípcios perceberam os usos que poderiam ser feitos da planta, ela passou a ser cultivada em fazendas, e o plantio e o manejo dela ficavam sob estrito controle do governo egípcio.
O papiro era uma planta que poderia alcançar cinco metros de altura, e a produção das folhas era feita com as hastes da planta. O processo de produção do papiro funcionava da seguinte maneira:
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A planta era retirada do solo, e então sua haste era cortada em pequenas tiras colocadas lado a lado, formando uma superfície.
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Uma resina era passada nessa superfície, e uma segunda camada de hastes do papiro era passada em outra direção (uma camada era horizontal e a outra era vertical).
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As tiras eram prensadas e colocadas para secagem no Sol.
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Depois da secagem, a folha estava pronta.
A produção do papiro poderia acontecer de maneira que várias páginas fossem feitas de uma vez. Elas eram fabricadas emendadas uma às outras, e isso permitia que o papiro pudesse ser enrolado. Os rolos de papiro eram a forma mais comum de se organizar os escritos na Antiguidade. Em geral, os papiros eram produzidos em 20 páginas, o que dava de seis a 10 metros. No entanto, existem menções a rolos de papiro com cerca de 100 metros de cumprimento.
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Uso das folhas de papiro
As folhas de papiro produzidas no Egito se popularizam na Antiguidade e eram usadas por gregos e romanos, por exemplo. Os egípcios as usavam, principalmente, para fins governamentais e religiosos, e somente pessoas de boa condição financeira conseguiam ter acesso a essa mercadoria no Egito.
Os responsáveis por registrar as informações nas folhas de papiro passavam por um treinamento exigente e praticavam inicialmente em outras superfícies, como pedaços de madeira e pedra. Só depois de muita prática é que um escriba era autorizado a usar as folhas de papiro. O alto preço do material justifica esse cuidado.
Em geral, as folhas de papiro mediavam:
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textos religiosos;
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hinos;
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documentos de governo;
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textos científicos;
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encantamentos;
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textos literários.
Os egípcios utilizavam as cores preta e vermelha para escreverem. As folhas de papiro foram bastante utilizadas até por volta do século XI d.C.