Anúbis era o deus dos mortos e da mumificação para os egípcios na Antiguidade. Essa divindade tinha forte relação com a morte e com a vida após a morte. Com o tempo, ele foi perdendo a posição de deus dos mortos para Osíris, e vários de seus atributos e epítetos foram transferidos para esse outro deus egípcio.
Os egípcios representavam Anúbis na forma de um chacal e acreditavam que ele era o protetor das tumbas e o patrono do ritual de embalsamamento. Tinha papéis importantes na vida após a morte, sendo o protetor dos mortos nessa outra dimensão. Anúbis também cumpria uma função no tribunal de Osíris, o local onde os mortos eram julgados de acordo com a cosmologia egípcia.
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Resumo sobre Anúbis
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Anúbis era o deus dos mortos e da mumificação para os egípcios na Antiguidade.
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Acredita-se que o culto a Anúbis tenha se formado durante o período Pré-Dinástico.
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Ao longo dos anos, Anúbis foi perdendo a posição de deus dos mortos para Osíris.
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Era representado com corpo humano e cabeça de chacal.
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Possuía um importante culto, espalhado por cidades como Mênfis e Saka.
Anúbis, deus dos mortos
Anúbis era uma tradicional divindade que fez parte da religiosidade praticada pelos egípcios na Idade Antiga. Inicialmente, Anúbis era reconhecido pelos egípcios como deus dos mortos, mas foi progressivamente perdendo essa posição para Osíris, como veremos. Os egípcios também o consideravam o deus da mumificação, relacionando-o diretamente com a vida após a morte e com o ato de embalsamar os mortos.
Ele era representado pelos egípcios em forma de chacal ou mais comumente com um corpo humano, mas com a cabeça de um chacal. A cabeça de Anúbis era representada na cor preta, tom que simbolizava a decomposição do corpo na Terra e o seu renascimento em outra dimensão. A cor preta para os egípcios tinha relação direta com o solo fértil do rio Nilo.
Supõe-se que Anúbis foi representado com a forma de chacal a fim de garantir proteção às tumbas egípcias, que eram alvo de cães durante o período Pré-Dinástico. Com isso, acredita-se que o culto a Anúbis se estabeleceu em algum momento desse período, que se estendeu de 6000 a.C. a 3150 a.C.
Os egípcios chamavam Anúbis de Anpu, sendo Anúbis a forma como os gregos registraram o nome desse deus. Além disso, Anúbis possuía uma série de epítetos que ressaltavam determinadas qualidades que ele possuía. Um desses epítetos era “O primeiro dos ocidentais”, usado para referir-se à importância que Anúbis tinha na vida após a morte (os egípcios chamavam aqueles que estavam na vida após a morte de ocidentais).
Outros epítetos que reforçavam a ligação de Anúbis com a vida após a morte eram “Senhor da terra sagrada” e “Cão que devora milhões”. Como mencionado, Anúbis era considerado o deus dos mortos, mas progressivamente foi perdendo essa posição para Osíris, e isso aconteceu por volta do Médio Império, que se estendeu de 2040 a.C. a 1782 a.C.
À medida que essa mudança foi acontecendo na religiosidade egípcia, Anúbis foi perdendo epítetos e passou a ser visto principalmente como um deus protetor dos mortos na vida após a morte e um patrono do ato da embalsamação (parte dos ritos funerários dos egípcios).
Por fim, os egípcios consideravam Anúbis como o deus responsável por proteger as tumbas dos mortos e evitar que elas fossem violadas por animais ou por ladrões. Anúbis tinha uma filha chamada Kebechet, sendo ela fruto de seu relacionamento com Anput, deusa dos funerais. A filha de Anúbis levava água gelada para os mortos na vida após a morte.
Anúbis na mitologia egípcia
Inicialmente, Anúbis era considerado filho de Rá e Hesat, mas as origens desse deus foram alteradas, e Anúbis passou a ser visto como filho de Osíris e Néftis. Néftis teria se disfarçado de Ísis, esposa de Osíris, e mantido relações sexuais com ele. Dessa relação nasceu Anúbis, mas Néftis o abandonou.
Isso porque Néftis temia que seu marido sentisse ciúmes pelo fato de ela ter engravidado de Osíris. O envolvimento de Néftis e Osíris motivou o ódio de Set, marido de Néftis, que assassinou Osíris e lançou o seu corpo no rio Nilo. Anúbis foi criado por Ísis como se fosse seu próprio filho.
Além disso, os mitos egípcios mencionavam a participação de Anúbis no Tribunal de Osíris, o tribunal em que eram julgadas as ações dos mortos. Esse tribunal era o responsável por determinar quem seria elevado ao paraíso ou condenado a ter sua alma destruída. Nesse tribunal, Anúbis conduzia o processo em que o coração da pessoa morta (simbolizando suas ações) era pesado contra uma pena (símbolo da justiça). Um coração mais leve que a pena representava a salvação da pessoa, e um coração mais pesado representava a danação de sua alma.
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Anúbis na religiosidade egípcia
Anúbis era um deus importante na religiosidade egípcia. Seu culto se espalhou por diferentes regiões do Egito Antigo, embora fosse mais significativo no Alto Egito. Dois locais que centralizavam o culto a Anúbis eram as cidades de Cinópolis e Saka. Entretanto, muitos santuários foram construídos em todo o Egito.
O deus Anúbis era considerado o patrono de Mênfis, por causa de sua relação com a morte e com o embalsamamento. Os sacerdotes que cultuavam Anúbis costumavam utilizar máscaras em forma de chacal. Durante os rituais, era comum que representações desse deus fossem realizadas.
A popularidade de Anúbis na religiosidade egípcia, apesar de sua pequena importância nos mitos, é explicada pela sua associação com a morte e com a vida após a morte, elementos importantíssimos na cosmologia dos egípcios na Antiguidade.