Hino Nacional Brasileiro

O Hino Nacional Brasileiro é um dos símbolos nacionais. Ele foi composto em 1822.
Letra do Hino Nacional Brasileiro, um dos símbolos nacionais.

O Hino Nacional Brasileiro é um dos símbolos nacionais. Seu vocabulário é composto por termos poéticos e eruditos, como “plácidas” e “impávido”, que exaltam a grandeza e o patriotismo, mas podem dificultar a compreensão completa da letra pelo público.

Composto por Francisco Manuel da Silva em 1822, sua melodia ganhou a letra atual de Joaquim Osório Duque Estrada, oficializada em 1922, simbolizando o patriotismo durante o centenário da independência do Brasil.

O hino deve ser cantado em cerimônias oficiais, eventos cívicos e jogos esportivos. É obrigatório nas escolas como forma de promover o respeito pelos símbolos nacionais e o civismo entre os brasileiros.

Leia também: Quais são os símbolos nacionais?

Resumo sobre o Hino Nacional Brasileiro

  • O Hino Nacional Brasileiro é um dos símbolos nacionais.
  • Seu vocabulário é marcado por termos poéticos e eruditos, que exaltam a grandeza e os ideais de liberdade e patriotismo da nação, mas podem dificultar a compreensão do significado completo da letra pelos cidadãos.
  • Foi composto por Francisco Manuel da Silva em 1822, e a letra atual, de Joaquim Osório Duque Estrada, foi oficializada em 1922, simbolizando o patriotismo e a identidade nacional durante as comemorações do centenário da independência do Brasil.
  • Deve ser cantado em cerimônias oficiais, eventos cívicos, jogos esportivos e, obrigatoriamente, em escolas, com o objetivo de promover o respeito e a reverência pelos símbolos nacionais e fortalecer o civismo entre os brasileiros.

Letra do Hino Nacional Brasileiro

Parte I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Parte II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida”, no teu seio, “mais amores”.

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula:
“— Paz no futuro e glória no passado.”

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Vocabulário do Hino Nacional Brasileiro

Partitura de piano do Hino Nacional Brasileiro.

O vocabulário do Hino Nacional Brasileiro é considerado complexo e poético, carregado de palavras que não são de uso cotidiano e que, por isso, são de difícil compreensão para quem o canta. Termos como “plácidas”, “retumbante”, “fúlgidos”, “penhor”, “límpido”, “impávido”, entre outros, são exemplos de palavras que podem causar dúvidas em relação ao significado. Conheça o significado dessas palavras a seguir:

  • Plácidas: “calmas”, “tranquilas”, “serenas”. Refere-se ao estado das margens do rio Ipiranga no momento da independência.
  • Retumbante: indica algo que ecoa, um som forte e marcante.
  • Fúlgidos: “brilhantes”, “resplandecentes”.
  • Penhor: “garantia” ou “compromisso”.
  • Límpido: “claro”, “transparente”.
  • Impávido: “destemido”, que não se deixa intimidar.

A escolha desse vocabulário reflete o contexto histórico e cultural da época em que o hino foi composto. O uso de palavras mais eruditas e estilizadas era comum nos hinos nacionais, pois o objetivo era transmitir uma imagem de grandiosidade, solenidade e exaltação da pátria. Contudo, isso também faz com que, muitas vezes, o hino seja cantado sem que as pessoas compreendam o seu significado.

Origem e história do Hino Nacional Brasileiro

Uma das edições do Hino Nacional Brasileiro, escrito por Francisco Manoel da Silva.

A história do Hino Nacional Brasileiro remonta ao período da independência do Brasil. A melodia foi composta por Francisco Manuel da Silva em 1822, pouco depois do país se libertar de Portugal. No entanto, a letra que conhecemos hoje foi criada posteriormente. Durante o Primeiro Reinado e o Período Regencial, a melodia composta por Francisco Manuel era utilizada em cerimônias oficiais, mas ainda não tinha uma letra oficial.

A letra atual foi escrita por Joaquim Osório Duque Estrada em 1909, e, após algumas alterações, foi oficializada em 1922, durante as comemorações do centenário da independência do Brasil. O processo de escolha da letra foi marcado por debates e disputas, pois havia outras propostas para o hino oficial. A versão de Duque Estrada, com sua linguagem rebuscada e poética, foi a escolhida por ser considerada a que melhor representava o espírito patriótico e cívico do país.

O hino foi adotado oficialmente por meio do Decreto nº 15.671, de 6 de setembro de 1922, pelo presidente Epitácio Pessoa. Desde então, ele é um dos símbolos nacionais, juntamente da bandeira, do selo e das Armas Nacionais. Sua execução é obrigatória em diversas ocasiões cívicas e em eventos oficiais, reforçando sua importância na construção da identidade nacional brasileira.

Veja também: Como se deu o processo de independência do Brasil?

Quando se deve cantar o Hino Nacional Brasileiro?

O Hino Nacional Brasileiro deve ser executado em diversas ocasiões oficiais e cívicas, conforme estabelecido pela legislação brasileira. A Lei nº 5.700, de 1º de setembro de 1971, regula o uso dos símbolos nacionais e determina as situações em que o hino deve ser tocado ou cantado.

Entre essas ocasiões, destacam-se as cerimônias de hasteamento e arriamento da Bandeira Nacional, que devem ocorrer em repartições públicas, escolas e unidades militares. O hino também é executado antes de eventos esportivos de grande porte, como jogos de futebol, especialmente aqueles que envolvem a Seleção Brasileira.

Nas escolas, é obrigatório que os alunos cantem o Hino Nacional, pelo menos, uma vez por semana. Essa prática busca estimular o civismo e o patriotismo desde a infância, promovendo o conhecimento dos símbolos nacionais e sua importância na vida dos cidadãos.

Em cerimônias oficiais, como posse de autoridades, eventos militares, celebrações do Dia da Independência (7 de setembro) e do Dia da Bandeira (19 de novembro), o Hino Nacional é executado para marcar a solenidade do evento. Além disso, é cantado em ocasiões de luto nacional e em eventos que exijam a demonstração de respeito e reverência pela nação.

Militares em posição de sentido cantando o Hino Nacional Brasileiro.[1]

O respeito durante a execução do Hino Nacional é um ponto importante. Quando ele é tocado ou cantado, todos devem permanecer em posição de sentido, os homens sem chapéu ou boné, e os militares prestam continência. Essas regras de conduta refletem a reverência e o respeito que a sociedade deve ter por seus símbolos e valores.

Crédito de imagem

[1] Tenente Luciana Almeida / 1º Sargento Sionir / 1º Sargento Helton / Marinha do Brasil / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

Okido, J. V. N., & Prince, A. E. (2017). ANALISE DO HINO NACIONAL BRASILEIRO UM IMPORTANTE RECURSO PARA COMPREENSÃO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. Revista Univap, 22(40), 690. https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v22i40.1414

Pereira, Avelino Romero Simões. Hino Nacional Brasileiro: que história é esta?. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, Brasil, n. 38, p. 21–42, 1995. DOI: 10.11606/issn.2316-901X.v0i38p21-42. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/71352.

Por Tiago Soares Campos