Simone de Beauvoir

Simone de Beauvoir foi uma escritora, professora e filósofa francesa. Era adepta da ideologia comunista, sendo uma das grandes feministas do século XX.
Fotografia de Simone de Beauvoir, uma das grandes intelectuais feministas do século XX.

Simone de Beauvoir foi uma professora, escritora e filósofa francesa que ficou conhecida por ser uma profunda defensora do existencialismo e por ter deixado enormes contribuições para a teoria feminista. A filósofa francesa realizou uma profunda análise da condição das mulheres na sociedade, apontando as opressões que existiam contra as mulheres.

Ela produziu diversas obras, sendo que uma das mais importantes foi a obra “O Segundo Sexo”, na qual ela discorre que a mulher é considerada um grupo marginalizado e que sua condição de opressão e as atribuições dadas às mulheres são construídas socialmente. Era contra o casamento, a maternidade e era defensora do aborto.

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Resumo sobre Simone de Beauvoir

  • Simone de Beauvoir foi uma filósofa e escritora francesa.

  • Ficou conhecida por ser uma representante do existencialismo e por contribuir fortemente para a teoria feminista.

  • Manteve um longo relacionamento com Jean-Paul Sartre, mas nunca se casou oficialmente com ele.

  • Foi uma das grandes feministas do século XX, analisando a opressão da mulher e defendendo a ideia de que os papéis atribuídos às mulheres foram construídos socialmente.

  • Um de seus livros mais importantes foi a obra “O Segundo Sexo”, publicada em 1949.

Biografia de Simone de Beauvoir

Simone Lucie Ernestine Marie Bertrand de Beauvoir nasceu na cidade de Paris no dia 9 de janeiro de 1908. Ela pertencia a uma família burguesa, uma vez que seu pai, chamado Georges de Beauvoir, era um advogado e sua mãe, Françoise de Beauvoir, era filha de um banqueiro. Ela foi a filha mais velha do casal, possuindo uma irmã chamada Hélène.

A situação da família Beauvoir passou por uma grande reviravolta quando o seu avô materno, chamado Gustave Brasseur, faliu. Isso colocou sua família em dificuldades, e a família de Simone de Beauvoir passou a lutar para manter o seu status na burguesia francesa. Isso, no entanto, não impediu que ela tivesse acesso a uma educação de qualidade.

Ela estudou em uma instituição educacional católica só para meninas, sendo acompanhada rigidamente por sua mãe. Ela foi bastante incentivada aos estudos por seu pai, principalmente, porque ele afirmava que ela não se casaria porque ele não conseguiria pagar o dote dela. Em 1924, ela encerrou sua educação básica.

Ela foi criada em um ambiente bastante religioso, principalmente por influência de sua mãe, uma católica fervorosa. Simone de Beauvoir manteve esse fervor religioso durante os primeiros anos de sua vida, mas a partir de seus estudos assumiu posição como ateísta quando possuía 14 anos de idade.

Simone de Beauvoir ingressou na universidade estudando Matemática e Filosofia no Instituto Católico de Paris e na Sorbonne, respectivamente. Foi durante sua formação universitária que Simone de Beauvoir teve contato com nomes como Claude Lévi-Strauss, Jean-Paul Sartre e Paul Nizan, todos colegas de universidade.

Em 1929 ela finalizou sua formação na Sorbonne, sendo aprovada em um concurso para que pudesse atuar como professora de Filosofia. Ao longo de sua carreira profissional, Simone de Beauvoir atuou como professora, filósofa, ativista política e uma das grandes intelectuais do século XX. Ela atuou como professora entre os anos de 1929 e 1943.

Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre

Simone de Beauvoir ao lado de Jean-Paul Sartre. Os dois tiveram um longo relacionamento, mas nunca se casaram oficialmente.

No que se refere a vida pessoal, Simone de Beauvoir ficou marcada pelo seu relacionamento com Jean-Paul Sartre. Eles se conheceram na Sorbonne e se tornaram um casal depois de um tempo de convívio. Sartre pediu Simone de Beauvoir em casamento, mas ela não aceitou, pois não concordava com a instituição do casamento.

Eles mantiveram um relacionamento aberto e livre ao longo de suas vidas e nunca oficializaram sua união por meio de um casamento civil. O casal não teve filhos e o relacionamento deles ficou marcado pela igualdade de condições do casal e pelos envolvimentos amorosos que eles mantiveram com outras pessoas. O casal se manteve junto até o falecimento de Sartre, que aconteceu em 1980.

Morte de Simone de Beauvoir

Depois do falecimento de Sartre, Simone de Beauvoir investiu o seu tempo na escrita, produzindo um livro que narrava a história dos últimos anos da vida de seu companheiro. Ela faleceu no dia 14 de abril de 1986, na cidade de Paris. A causa do falecimento foi uma pneumonia, e na ocasião Simone de Beauvoir possuía 78 anos.

Ideias de Simone de Beauvoir

Simone de Beauvoir foi uma das figuras mais importantes de uma corrente de pensamento conhecida como existencialismo. O movimento existencialista defende a liberdade dos indivíduos e acredita que esses indivíduos são responsáveis pelos seus atos, por ter sua identidade construída ao longo de sua vida pelo meio em que estão inseridos e por suas escolhas e ações.

O existencialismo reforça a importância da liberdade individual, mas também a responsabilidade dos indivíduos pelos seus atos, demonstrando o papel deles na construção do sentido de vida de cada um. Além disso, Simone de Beauvoir foi uma das grandes intelectuais defensoras do feminismo.

Simone de Beauvoir analisou profundamente temas relacionados à opressão e subordinação das mulheres na sociedade, bem como a forma como os relacionamentos impactavam a vida das mulheres, propondo também novas alternativas que rompessem com esse cenário de desigualdade entre homens e mulheres.

Uma das principais obras de Simone de Beauvoir, o livro “O Segundo Sexo” é uma obra que analisou o papel da mulher historicamente na sociedade, apontando que a mulher foi considerada o segundo sexo, colocada em um papel secundário. Nesse livro, ela disse que os papéis atribuídos às mulheres em nossa sociedade foram construídos ao longo da história.

Nessa obra, ela diz uma de suas frases mais famosas: “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Essa frase é entendida no sentido de que as mulheres biológicas não nascem como mulheres no contexto social, mas que são transformadas em mulheres ao longo de suas vidas, à medida que as expectativas e imposições são colocadas sobre as mulheres, estabelecendo a forma como elas se comportam e a desigualdade entre mulheres e homens.

Além disso, vale mencionar que Simone de Beauvoir era comunista, mas rejeitava o socialismo soviético. Ela também se opunha ao casamento, à monogamia e rejeitou a maternidade para se dedicar ao seu trabalho como intelectual.

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Simone de Beauvoir e o feminismo

Simone de Beauvoir é considerada uma das maiores intelectuais do feminismo, produzindo uma teoria que analisa profundamente a opressão das mulheres. Em seus trabalhos, Simone de Beauvoir analisou que os papéis que são atribuídos às mulheres são construídos socialmente, fazendo das mulheres um grupo subordinado aos homens e sistematicamente oprimidas.

Ela se posicionava energicamente contra a opressão das mulheres, rejeitando papéis que eram atribuídos socialmente às mulheres, como a maternidade. Defendia a luta das mulheres pela sua emancipação ao mesmo tempo que exigia a igualdade de condições e os direitos das mulheres no mundo do trabalho e nos relacionamentos afetivos. Era uma defensora da liberdade sexual das mulheres.

Obras de Simone de Beauvoir

Entre as principais obras de Simone de Beauvoir destacam-se:

  • O Segundo Sexo (1949)

  • A Convidada (1943)

  • Os Mandarins (1954)

  • Memórias de uma Moça Bem-Comportada (1958)

  • A Força da Idade (1960)

  • A Força das Coisas (1963)

  • A Velhice (1970)

  • Mal-Entendido em Moscou (1965)

  • Uma Morte Muito Suave (1964)

  • Quando o Espiritual Domina (1979)

Frases de Simone de Beauvoir

Entre frases importantes que são atribuídas a Simone de Beauvoir e suas obras estão:

  • “Não se nasce mulher: torna-se mulher.”

  • “No dia que for possível à mulher amar em sua força e não em sua fraqueza, não para fugir de si mesma, mas para se encontrar, não para se renunciar, mas para se afirmar, nesse dia o amor tornar-se-á para ela, como para o homem, fonte de vida e não perigo mortal.”

  • “Ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, mais agressivo ou desdenhoso do que o homem que duvida de sua virilidade.”

  • “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância.”

Fontes

MARTÍNEZ-BASCUÑÁN, Máriam. O feminismo que nasceu com Simone de Beauvoir. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/05/cultura/1562337766_757567.html.

MCNICOL, Emma. Simone de Beauvoir entendeu a ligação entre gênero e opressão de classe. Disponível em: https://jacobin.com.br/2024/01/simone-de-beauvoir-entendeu-a-ligacao-entre-genero-e-opressao-de-classe/.

MORAES, Maria Lygia Quartim de et al. Simone de Beauvoir e a escrita dos feminismos. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cpa/a/MvJQqfjdYg8qvTp4LBf4gTB/?format=pdf.

Por Daniel Neves Silva